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Viúva de Marielle reclama de “espetáculo” de Lewandowski

Lewandowski anunciou a homologação de delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, suspeito de ser o autor dos disparos a Marielle

Monica Benicio, viúva de Marielle Franco, manifestou críticas ao anúncio feito na terça-feira, 19 de março, pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski. O anúncio era sobre a aprovação de um acordo de delação de Ronnie Lessa, que é suspeito de ter realizado os tiros que resultaram na morte da ex-vereadora.

Ela chamou o anúncio de Lewandowski de um “espetáculo”.

“Esse pronunciamento do Ministro em nada colabora com a esperança, apenas aumenta as especulações e uma disputa de protagonismo político que não honram as duas pessoas assassinadas”, publicou Benicio no X, antigo Twitter.

“Transformar os fatos deste caso num espetáculo já virou prática corriqueira de diversos veículos de imprensa, contra a qual tenho lutado duramente”, acrescentou.

Ela também criticou a falta de conteúdo na apresentação de Lewandowski.

“O que me causou surpresa, realmente, foi ver um Ministro de Estado agir do mesmo modo, em especial, com o fechamento vazio de seu pronunciamento, ao dizer ‘brevemente pensamos que teremos resultados concretos’”, afirmou.

“Queremos respostas concretas. Espero que a próxima coletiva convocada seja para fazer um pronunciamento de ordem concreta e realmente comprometida com a justiça”, acrescentou.

Acordo homologado

Nesta terça-feira, 19, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, confirmou que a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Lessa está detido em conexão com as investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e seu motorista, Anderson Gomes, ocorrido em 2018.

Lessa está detido por quase cinco anos e estabeleceu um acordo de delação com a Polícia Federal (PF), com a aprovação do Ministério Público Federal (MPF) e do Ministério Público estadual (MP-RJ). De acordo com Lewandowski, a resolução do caso será “breve”, após a validação da delação.

“Nós sabemos que esta colaboração premiada, que é um meio de obtenção de provas, traz elementos importantíssimos que nos levam a crer que em breve teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco”, afirmou o ministro da Justiça.

A expectativa é de que Ronnie Lessa tenha entregado em delação premiada o nome dos supostos mandantes dos crimes. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde o caso estava tramitando antes, encaminhou o procedimento ao STF após as novas revelações por entender que a Corte seria o foro adequado para apreciar o caso.

Em questões criminais, cabe ao STF o julgamento de autoridades com foro privilegiado na Corte: presidentes da República, vice-presidentes, ministros, senadores, deputados federais e embaixadores, além de integrantes dos tribunais superiores e do Tribunal de Contas da União (TCU).

Segundo a revelação feita pelo ex-policial militar Élcio de Queiroz, ele aponta Lessa como o responsável pelos tiros que resultaram na morte da vereadora e do seu motorista. Em 2021, após ser expulso da corporação, Lessa foi sentenciado a quatro anos e meio de reclusão por esconder as armas supostamente utilizadas no crime.

 

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