NotíciasPolítica

Governo Lula não condena o Irã e classifica ataque aéreo como ‘envio’ de drones e mísseis a Israel

Ministério das Relações Exteriores do Brasil se manifestou na noite deste sábado, 13, em relação, à situação bélica no Oriente Médio

Através de um comunicado do Ministério das Relações Exteriores (MRE), o governo Lula se manifestou sobre o ataque aéreo do Irã contra Israel. O Itamaraty emitiu uma nota no final da noite de sábado, 13. No documento, não há condenação da ação realizada pelos iranianos.

No comunicado inicial, o governo do Brasil caracteriza o ataque, que envolveu o lançamento de mais de 200 drones e vários tipos de mísseis, como um “envio”, de acordo com Daniel Hagari, porta-voz das Forças de Defesa de Israel. Sem emitir condenação ao Irã, a equipe do MRE expressa “preocupação” com a atual situação de conflito no Oriente Médio.

O Itamaraty, de maneira implícita, sugere que a responsabilidade é de Israel. Isso se deve à referência ao “alastramento das hostilidades à Cisjordânia”. Este é um território palestino onde, nos últimos meses, as forças israelenses lançaram ações contra o Hamas – um grupo que o governo brasileiro não classifica como terrorista.

“Desde o início do conflito em curso na Faixa de Gaza, o governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã”, afirma o Itamaraty, em trecho da nota. “O Brasil apela a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada.”

Mesmo com as centenas de drones e mísseis, o assalto do Irã, que o Brasil denomina como “envio”, não resultou em danos significativos. Graças ao serviço de defesa e interceptação aérea, não há relatos de fatalidades. Contudo, uma criança de dez anos foi ferida.

Brasil se recusa a condenar o Irã

A declaração do Itamaraty é apenas mais um exemplo da relação do Brasil com o Irã sob o governo de Lula. No início do mês, o governo brasileiro se absteve de condenar o regime teocrático iraniano. Naquele momento, a Organização das Nações Unidas estava votando resoluções sobre acusações de violações de direitos humanos no país do Oriente Médio. O Brasil decidiu se abster.

Anteriormente, o Irã se juntou ao Brics, um bloco econômico que contava com o Brasil, a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul, em janeiro. A Arábia Saudita, o Egito, os Emirados Árabes e a Etiópia também se tornaram membros do grupo.

A nota do Itamaraty

Leia, abaixo, a íntegra do comunicado do MRE, pasta sob liderança de Mauro Vieira, a respeito dos ataques do Irã contra Israel.

“O Governo brasileiro acompanha, com grave preocupação, relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel, deixando em alerta países vizinhos como Jordânia e Síria.

Desde o início do conflito em curso na Faixa de Gaza, o Governo brasileiro vem alertando sobre o potencial destrutivo do alastramento das hostilidades à Cisjordânia e para outros países, como Líbano, Síria, Iêmen e, agora, o Irã.

O Brasil apela a todas as partes envolvidas que exerçam máxima contenção e conclama a comunidade internacional a mobilizar esforços no sentido de evitar uma escalada.

O Governo brasileiro recomenda que não sejam realizadas viagens não essenciais à região e que os nacionais que já estejam naqueles países sigam as orientações divulgadas nos sítios eletrônicos e mídias sociais das embaixadas brasileiras.

O Itamaraty vem monitorando a situação dos brasileiros na região, em particular em Israel, Palestina e Líbano desde outubro passado.”

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo