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Houthis do Iêmen confundem navio com grãos do Brasil e atacam pensando ser dos EUA

Rebeldes houthis do Iêmen disparam mísseis contra navio com destino ao Irã

Os rebeldes houthis do Iêmen dispararam na segunda-feira dois mísseis contra um navio que se dirigia a um porto no Irã, causando danos menores, mas sem ferir sua tripulação, disseram autoridades. O incidente ocorreu a 40 milhas náuticas (cerca de 74 quilômetros) ao sul de Moca, no Mar Vermelho.

O ataque ao navio graneleiro Star Iris, operado pela Grécia e registrado nas Ilhas Marshall, demonstra o amplo alcance dos houthis agora atacando navios que viajam pelo Mar Vermelho, pelo Golfo de Aden e pelo Estreito de Bab el-Mandeb, que conecta as duas rotas marítimas. O Star Iris estava indo do Brasil para Bandar Khomeini, no Irã, o principal patrocinador e fornecedor de armas dos houthis nos anos de guerra no Iêmen.

Os houthis tentaram descrever o Star Iris como um navio “americano” sem oferecer provas e disseram que atacaram o navio com múltiplos mísseis. As autoridades de Washington ainda não se pronunciaram sobre o assunto.

O exército houthi “não hesitará em realizar mais operações em retaliação pelos crimes sionistas contra nossos irmãos na Faixa de Gaza, bem como em resposta à atual agressão americano-britânica contra nosso amado país”, disse o porta-voz militar houthi, brigadeiro-general Yahya Saree, em comunicado após o ataque.

O Centro de Operações Comerciais do Exército Britânico no Reino Unido (UKTMO), que supervisiona as águas do Oriente Médio, informou sobre o ataque e disse que ocorreu enquanto o Star Iris viajava para o sul pelo estreito de Bab el-Mandeb, que separa o leste da África da Península Arábica.

O capitão do navio “relatou que seu navio foi atacado por dois mísseis e relatou danos leves”, disse o UKTMO. “O navio e a tripulação estão seguros. O navio está seguindo para o próximo porto de escala”. A empresa britânica de segurança marítima Ambrey disse que o graneleiro foi atingido e sofreu danos no lado de estibordo.

A Ambrey relatou que o transportador avistou um projétil perto do navio a 23 milhas náuticas (43 km) ao nordeste de Khor Angar, em Djibuti, e a 40 milhas náuticas ao sudoeste da cidade portuária de Moca, no Mar Vermelho.

A empresa confirmou a relação com os grãos brasileiros: “O proprietário e o operador do grupo geralmente negociam a granel com o Irã, então isso foi considerado o destino provável”, acrescentou.

O grupo proprietário do graneleiro estava cotado na bolsa de valores americana NASDAQ, o que foi identificado como o motivo provável do ataque, de acordo com a Ambrey.

Esse tipo de ataques levou várias empresas a interromper suas viagens pelo Mar Vermelho e optar por uma rota mais longa e cara ao redor da África. O ataque ao Star Iris ocorre após dias sem relatos de ataques houthis a navios. Não está claro o que causou a pausa, embora os exércitos americano e britânico tenham realizado várias rodadas de ataques aéreos contra arsenais de mísseis houthis e locais de lançamento no território que controlam.

Desde novembro, os rebeldes têm atacado repetidamente navios no Mar Vermelho devido à ofensiva de Israel em Gaza. Eles frequentemente atacam navios com vínculos fracos ou nulos com Israel, colocando em risco o transporte marítimo em uma rota crucial para o comércio entre Ásia, Oriente Médio e Europa.

O Oriente Médio está em plena escalada de violência desde 7 de outubro de 2023, à medida que a campanha de Israel em Gaza se prolonga e ações mais agressivas das milícias apoiadas pelo Irã na região surgem contra interesses que consideram contrários a Teerã.

Isso ocorre na Síria, Gaza e na Península Arábica, bem como no Iraque e até em outros países como a Jordânia, onde eles bombardearam uma base americana com drones, matando três soldados.

 

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