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Barroso: ‘Pior coisa para a democracia é General em Palanque’

Presidente do STF critica ‘politização indevida’ das Forças Armadas brasileiras

O chefe do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, expressou sua desaprovação sobre a “politização indevida” que ele acredita ter ocorrido nas Forças Armadas brasileiras nos últimos anos. Essa declaração do ministro do mais alto tribunal do país foi dada durante uma entrevista para a GloboNews na manhã de quarta-feira (21).

Barroso discutiu o assunto quando questionado acerca das recentes investigações da PF a respeito de um suposto plano de golpe de Estado no Brasil em 2022.

“Infelizmente, se reavivou uma assombração que já achávamos enterrada na vida brasileira, que é a do golpismo. A verdade é que as Forças Armadas no período pós-1988 haviam tido um comportamento exemplar e recuperado o prestígio que eu acho que a instituição merece. São pessoas que vão para os lugares mais remotos do Brasil, não é uma vida fácil. Eu tenho apreço pela instituição”,disse Barroso.

“A pior coisa que existe para a democracia é general em palanque. Acho que houve uma politização indevida a ser lamentada, mas acho que as instituições prevaleceram, conseguimos recuperar a institucionalidade”, continuou o ministro do STF.

Barroso mencionou também os generais que assumiram posições de liderança nas Forças Armadas recentemente e que, segundo ele, contribuíram para “impedir o avanço do sentimento golpista” entre os militares.

Dentre essas pessoas estão o general Fernando Azevêdo e Silva, que serviu como ministro da Defesa durante os primeiros dois anos do governo Bolsonaro; o general Marco Antônio Freire Gomes, que estava no comando do Exército durante a administração de Bolsonaro; e Tomás Ribeiro Paiva, o atual comandante do Exército.

“No final do dia, as Forças Armadas não faltaram ao país, apesar de ter tido lideranças que procuraram levar para o passado. Para uma fase da história da humanidade que não mais tem lugar”, disse Barroso.

“A democracia tem muitas dificuldades, mas nesses 35 anos da Constituição de 1988 tivemos estabilidade institucional, estabilidade monetária e uma expressiva inclusão social. No Brasil, ainda há muita pobreza e muita desigualdade, mas nós superamos os índices de pobreza que eram previstos nos Objetivos do Milênio até 2000, e acho que vamos conseguir, se voltarmos a crescer, distribuir riquezas – que é o grande problema brasileiro”.


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