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Governo Lula tenta minimizar impactos da dengue com dados distorcidos, diz jornal

Questionamento sobre a letalidade da doença: Ministério da Saúde usa dados não consolidados, aponta reportagem

A Folha de S.Paulo, em sua reportagem de segunda-feira, 18, destacou os esforços do Ministério da Saúde para manipular os dados reais da dengue no Brasil. A matéria não só denunciou a distorção de informações para reduzir o impacto da doença, mas também salientou que o departamento exagera o anúncio de transferências para estados e municípios em resposta à emergência sanitária.

Em 2024, o país já ultrapassou o número de casos prováveis de dengue registrados no ano anterior, com 1,6 milhão de casos. Durante os primeiros dois meses e meio do ano, foram registradas 513 mortes.

O ministério defende que a letalidade da doença em 2024 é menos intensa do que em 2023. Entretanto, a Folha questiona essa informação. De acordo com o jornal, o órgão se baseia em dados ainda não consolidados para a comparação, considerando que mais de 50% das mortes ainda estão sob investigação.

“A taxa de letalidade, em 0,3% dos casos, ainda é menos da metade do ano passado (0,7%), apesar de uma leve subida em relação à última semana (0,2%)”, informou a ministra da , Nísia Trindade, nas redes sociais. “Temos cuidado melhor dos casos, e as pessoas estão mais atentas aos sinais de alerta.”

A Folha relata que em 2023, houve confirmação de 1.094 óbitos em comparação com 1,6 milhão de casos prováveis. Na sexta-feira, dia 15, o Brasil superou os casos prováveis do ano anterior, registrando 513 mortes confirmadas. Ainda há 903 casos sob investigação.

Portanto, se a letalidade de 2024 fosse determinada pela soma das mortes em investigação, seria maior do que a de 2023.

Epidemiologista Condena Declaração da Ministra da Saúde Sobre Dengue

De acordo com Wanderson de Oliveira, epidemiologista que serviu como secretário nacional de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde de 2019 a 2020, o post da ministra foi “muito infeliz”. Ele acredita que a mensagem é insensível e dá a impressão de estar relacionada a estatísticas. “Para quem perdeu um ente querido, a letalidade é de 100%”, Oliveira expressou à Folha.

O especialista em epidemiologia também critica o atraso na atualização dos “microdados”. Isso cria obstáculos para os pesquisadores monitorarem com exatidão a situação do país, dos Estados e municípios.

O processo de investigação das mortes é cuidadoso e demorado, dependendo da colaboração de 5.570 municípios, conforme afirmado pelo Ministério da Saúde.

Orçamento

O ministério divulgou que aumentou a reserva financeira para o combate a emergências de saúde, incluindo a “dengue”, para R$ 1,5 bilhão. No entanto, esse valor ainda não está acessível em seu orçamento.

Apenas cerca de R$ 60 milhões do total da verba foram liberados pelo ministério um mês após o comunicado.

As informações são da Revista Oeste

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