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SIFAU, SI ou SPET, qual o inteligente?

A medida que os pantaneiros foram participando de encontros, oficinas, fóruns e debates, além de tentar disseminar saberes empíricos, foram lotando os sapicoás, alforges, guaiacas e bruacas com conhecimento das novas tecnologias…

Inicialmente surpresos com todo o aparato de geotecnologia por sensoreamento remoto, assumirem viés de parcialidade anti fazendeiros da pecuária tradicional do Pantanal, sem disfarçar a demonização em todas plataformas de comunicação e até inquéritos policiais, onde dados primários viraram informação legal com o intuito político de lacração e cancelamento, incentivados por omissão de instâncias legais e de comando e controle ambiental do próprio Estado.

Aqui, cabe uma observação científica desta evolução dos pantaneiros: DADOS não formam uma fotografia antes são um conjunto de números, símbolos e letras a que alguém, ao seu critério, atribui um significado pessoal, transformando tais caracteres em INFORMAÇÃO gráfica, eis o ponto fulcral de toda esta dialética: Os pantaneiros, detém um profundo conhecimento dos componentes espacial, temporal e descritivo por conhecerem a realidade “de campo” , do local, enquanto são pontos meramente abstratos para os neófitos que só os idealizam remotamente.

Neste período de saudável interação da cultura pantaneira com a Academia, Pesquisadores e Organizações que processam dados e geram informações, destacou-se esta chamada de Zonas Úmidas, pois sua matriz no Exterior, catalizou nossas esperanças, pela compatibilidade de duas propostas apresentadas, com absoluta sinergia com a prática empírica local: “Subsídios para pagamentos por serviços ambientais: Pantanal” e mais recentemente via Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, no evento Pontes Pantaneiras, outro denominado “OMECS no Brasil, Estratégias e diretrizes para implementação.”

Lentamente se desnuda ante a cidadania urbana e mesmo aos jovens, que os reteirados e repetitivos incêndios, e suas cenas de animais e flora queimadas, demonstram o heroísmo inócuo de homens com pequena bombinha às costas diante de gigantescas chamas, evidente que deve existir alguma forma de solução, e que esses extensos danos materiais causados deveriam ser ressarcidos, monetariamente, principalmente seguindo o dinheiro de quem lucrou com eles.

Poderíamos estar, portanto, comemorando a implantação dos novos modelos, mas a turma das Zonas Úmidas do Brasil, preferem arriscar-se a ofender sua matriz, submetendo-se e ser o plano “b” salvador dos adeptos deste arcaico modelo de ” áreas protegidas”, verdadeiros fornos crematórios das APPs até longe do seu entorno.

Explorando as nuances e dubiedades para seguir manipulando e impedindo que hajam abordagens inovadoras, reaparecem arcaicas estruturas como corredores sociais de desenvolvimento, evoluindo para simplório “convênio” que permite seguir interpretando dados, agora sim, agora vamos cumprir a promessa de abandonar a estupidez antiga pela Inteligência…

Em verdade, em verdade, somente um ilegal atalho para serem como que “autorizados” a pesquisar sem limitações, por sensoreamento remoto, todo o solo, subsuperfície e até subsolo do Pantanal, incluindo sua delicada Faixa de Fronteira, verdadeiro Big Brother para tentarem eternizar o acesso aos Poderes (e aos recursos financeiros e minerais).

Crucial portanto, seguirem interferindo na manipulação inicial dos dados, para atribuir-lhes compatilibilidade ideológica e comercial, visto que a análise primária de interpretação de dados é a hora estratégica de atribuir o significado desejado, moldar a informação que vai ser gerada e divulgada.

O fogo no Pantanal não é algo que pode-se combater com cem, mil ou dez mil heróis, ele queimará inapelavelmente, como rotineiramente já ocorre, até que, ou se esgote o combustível ou os céus chovam em abundância…

Se bem que os céus enviam avisos como o tarumeiro da Capela Sistina natural ribeirinha do Porto São Pedro, que, tal como o afresco de Michelangelo, quer contato mas os “protetores” do Pantanal, não ousam largar por um átimo sequer, o que já agarraram do Pantanal.

Fica entretanto eternizado o instante em que Luiza Lacerda, captou o tronco queimado do velho tarumeiro, apoderado pelo Divino e quase humanamente redivivo como representado no Vaticano, apontando e recebendo contato, depois de incêndio oriundo das “reservas”, para quem quiser ver, a salvação da água próxima.

Tarumeiro queimado do Porto São Pedro, Foto Luiza Lacerda

Além desta áreas “protegidas”, que neste atípico ano mataram tanto na cheia como na seca, os pantaneiros comprovam em muitos quilômetros de APPs nas matas ciliares, que também clamaram inutilmente por singelas medidas, como molhar essas margens com a água dos próprios rios, impedindo que o incêndio permaneça pulando de um para o “outro lado” dos cursos d’água, impossível um aceiro mais viável que esse.

Será que não seria hora de pararmos de perder animais para repetitivos incêndios nos “peatlands”, juntos com a preciosa turfa em formação das áreas mais úmidas do Pantanal, remobilizando para os céus da Sulamerica, a Chuva Negra das cinzas das maiores acumulações naturais de carbono do mundo.

A diferença de um SIFAU ou Sistema Inteligente do Fogo para um SI ou Sistema Inapagável, depende da sensibilidade de entender o que seria um SPET ou Sistema Pantaneiro Expondo Teimosamente.

Armando LacerdaPorto São Pedro

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