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“Esta exceção, em dias de rapina e tanto ódio, disse tudo.”

Esta singela resposta é dirigida a artigo hoje publicado citando afirmação da CGU de que houve “drible” (sic) na Lei e fará devassa no Pantanal.

https://midiamax.uol.com.br/politica/transparencia/2023/decreto-de-reinaldo-e-verruck-driblou-a-lei-para-liberar-devastacao-do-pantanal-aponta-cgu/

O título menciona as palavras do Coronel Nicolau Bueno Horta Barbosa, citando o historiador da Guerra do Paraguai e grande romancista Alfredo D’Escragnolle Taunay, fundador da Academia Brasileira de Letras, anotação de punho no Diário da Fazenda Firme, Pantanal da Nhecolândia.

O Coronel Nicolau Bueno Horta Barbosa, um dos líderes da Revolução Constitucionalista de 1932 revisitava o Pantanal, após o falecimento do eminente matogrossense Cândido Mariano Rondon, em cuja equipe de Engenheiros Militares se destacara, quando da realização de obras pioneiras da infra estrutura de comunicação, nos mais inóspitos e distantes rincões da Pátria.

Em 1906, nos mesmos livros da Fazenda Firme, assentara o próprio Cândido Mariano Rondon, que partira dali em expedito reconhecimento rumo a Coxim com a integrantes da Comissão Rondon, trilhando àquela época os mesmos caminhos pantaneiros.

Detidos pelo Rio Taquari somente por copiosas chuvas, que nesse ano de 1906 , ocasionou o que foi tido como a maior enchente do Século, até 1986.

Retornando desse reconhecimento, com a ajuda do Nheco Gomes da Silva proprietário da Fazenda Firme, depois de implantar uma estação ao lado da sede da fazenda, seguiu pelos conhecidos caminhos pantaneiros até o Rio Negro.

No Rio Negro, na Fazenda de Ciriaco Rondon implantou outra estação telegráfica, chegando a Aquidauana levou a linha a Coxim pela Serra de Maracaju, caminho antes trilhado por Taunay que a relatou magistralmente em “A Retirada da Laguna.”

Deixou consignado que a Região que reconhecera a partir da Fazenda Firme e a região do Rio Negro deveriam doravante receber os topônimos Nhecolândia e Rondônia , como preito de gratidão pelos serviços prestados, desintessadamente, num Convênio necessário ao bem comum, da Comissão Rondon com os pantaneiros.

Nheco Gomes da Silva foi eternizado no topônimo de Nhecolândia e a homenagem ao Ciriaco Rondon veio mais tarde a homenagear o parente Cândido Rondon no estado de Rondônia, tenho certeza que todos os descendentes dele, se sentem homenageados, por usar tão ilustre sobrenome.

Quando da invasão do Território Brasileiro pelas forças paraguaias, os Comandantes estrangeiros instruíram a tropa para não se destruir a sede da Fazenda Piraputangas, pertencente ao pai do Nheco, mesmo sabendo que ele fora a cavalo para o Rio de Janeiro, dar ciência da invasão.

Cavalheirismo de inimigos em guerra que inexiste hoje em dia no Pantanal, a lidar nos últimos dias com um tsunami de narrativas, a supor que estes dias de rapina e tanto ódio atuais, são até piores que os descritos por Taunay e citados por Horta Barbosa.

A estreante Deputada Camila Jara, que continua a deter as melhores esperanças de renovação na politica sul matogrossense, somente cita no inteiro teor no documento que criou a Frente Parlamentar em Defesa do Pantanal, a ocorrência de Incêndios.

Incêndios são ocorrências repetitivas e recorrentes em áreas que viraram Reservas, RPPNs ou Parques no Pantanal, sem licenças de EVTEA, EIA RIMA ou medidas de mitigação para o explosivo barril de combustivel em que se transformam, pelo acúmulo exponencial de vegetais, que na seca viram Incêndios e nas enchentes viram dequadas prolongadas.

Mas não! Narrativas mentirosas de torturadores dos números que o sensoreamento remoto produz sob encomenda, em salas distantes da realidade do Pantanal, são adaptados para a lacração do momento, ora muita água, ora Incêndios para formação de pastagem( jamais usado por aqui), ora acabou toda a água do Pantanal, sempre narrativas histéricas e apocalípticas.

Para melhor comunicação, talvez com os mais jovens, registro um esforço em modernização, com a utilização de linguagem chula como raposas no galinheiro, destruiu tudo, dribles na Lei e seguem as sugestões de hastags boladas por agências profissionais
de engenharia social.

Estas manchetes e artigos, engordam dossiês que engordarão novas manifestações de novos órgãos, sempre buscando criar o clima que leva alguém, que abomina a violência, a apedrejar inocentes que cuidam de uma grande região, para que a deixem em prol de “investidores espoliadores”, travestidos de defensores do meio ambiente.

E por consequência, engordarão formulários que darão acesso a novas doações e convênios para novos projetos de africanizar o Pantanal, viabilizando o grande parque turístico elucubrado por mentes doentias, onde qualquer coisa poderá ser adquirida nos milionários safaris futuros, para mitigar o “spleen” da nobreza e da elite.

O pantaneiro perdoou a ignorância de alguns integrantes do MPE MS, que no passado contribuiram grandemente com a destruição do Rio Taquari, ao não permitirem manutenção secular nas APPs daquele rio.

Consideram-se credores, no entanto, a partir de nunca terem visto ação nos devastadores do Planalto circundante, ao contrário, sempre recebendo anistias, financiamentos, doações e convênios para “consertarem” o absurdo assoramento do rio Taquari.

Mas agora… Alto lá, Senhores!
O Convênio com que a FAMASUL no passado viabilizou a vinda da FESALQ-Fundação de Estudos Sociais e Agrários Luiz de Queiroz, de tantos serviços prestados por todo este imenso País, assinado para auxiliar e complementar estudos da Embrapa Pantanal, solicitados pelo Governo do Estado do Mato Grosso do Sul, foi público e formalmente operado e auditado pelas Instituições envolvidas…

Confrontando ambos, surgiu diferença nos percentuais, dúvida dirimida por aprofundamento dos estudos técnico científicos por parte da FESALQ.

Ao invés da necessária contestação ter que ser científica por laudo similar, receberam xingamento de “vendidos”, raposas cuidando do galinheiro, será esse o único argumento jurídico encontrado ?

Os pantaneiros expõem que dessa vez, nossos Doutos Procuradores merecem alguma análise dos Conselhos pertinentes, inclusive propugnamos que tenham o mais amplo direito de defesa, que sonegaram maliciosamente, pela terceira vez, à coletividade pantaneira.

Estas narrativas impõem que nenhuma Instituição, nenhuma ong, nenhum instituto interessado em tomar o Poder Absoluto no Pantanal, deverá ter crédito perante órgãos de controle, antes de uma Auditoria com Pericia Ambiental.

Esta Perícia comprovará aos céticos, definitivamente, se as áreas “protegidas” por essas organizações nestes poucos anos de atuação por aqui, protegeram melhor as APPs, a Flora e Fauna, incluso a Aquática, que os proprietários pantaneiros.

Em tempo, no passado os pantaneiros adentraram via Sindicato Rural de Corumbá a Justiça, pedindo indenização por danos ao Pantanal, ocasionados por financiamentos e programas tipos JICA-PRODECER, e recebemos a sentença de que não existem prejuízos coletivos, portanto a Ação não seria conhecida.

Para nós, na própria pele quando estávamos rogando Justica, aprendemos que danos ou prejuizos coletivos sempre têm um CPF ou CGC para viabilizar a busca, pela Justiça, dos responsáveis…

O Pantanal e o Pantaneiro, como não se vendem, nunca comprariam alguém, e não têm compromisso com o erro, se houver algo errado descubram o CPF ou CGC e individualizem a denúncia com o devido processo legal, e por favor não massacrem toda uma coletividade como culpada!

Os pantaneiros só desejam continuar a manter nos séculos futuros, o que já fizeram nos séculos passados, no Pantanal…

Como dizia o velho programa de rádio Alô Pantanal, levado ao ar até hoje na rádio Difusora Matogrossense, na eternizada locução do velho “speakerr” Lalá, com avisos da cidade para o campo e que marcou época.

Resgatamos, por oportuno, seu slogan que era: “-A melhor forma dos pantaneiros se comunicarem no Pantanal e para fora dele”.

Lari Lalá…Alôô Pantanal.. Atenção a todos os ouvintes! O aviso agora vai para a Excelentíssima Deputada Federal Camila Jara e à CGU, a Auditoria Ambiental poderá ser ampliada para as contas das verbas públicas e doações particulares, como determina a Lei, nestas ongs que patrocinaram esta invasão de rapinagem e tanto ódio, nestes dias, no Pantanal…

O Pantanal nunca impõe, só expõe!

 

Armando LacerdaPorto São Pedro

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