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Ives Gandra sobre narrativa de golpe: “Fico espantado quando se fala numa tentativa de golpe de Estado”

Jurista afirma que golpes de Estado sempre envolveram armas e tanques.

Na quarta-feira (3), o brilhante jurista Dr. Ives Gandra Martins postou um vídeo em seu perfil no Instagram, no qual ele discute sua interpretação jurídica dos eventos radicais ocorridos em 8 de janeiro, que farão um ano na próxima segunda-feira.

Em contraste com a opinião do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que considerou a celebração do dia 8 de janeiro como um crime por ser uma tentativa de golpe de Estado, Gandra discorda dessa ideia, argumentando que um golpe de Estado não pode ser realizado sem o uso de armas ou sem a participação das Forças Armadas, algo que nunca ocorreu na história mundial.

“(…) Quando eu examino o que ocorreu no dia 8 de janeiro, eu fico espantado quando se fala numa tentativa de golpe de Estado. Foi um momento de manifestação política, absolutamente sem razão, um grupo que terminou, não sabe se houve ou não infiltrados, porque não se conheceu os vídeos, mas que terminou numa quebradeira que, absolutamente, não se justifica, como não se justificou a quebradeira na Câmara dos Deputados quando era presidente o Michel Temer, feito pelo pessoal da esquerda, porque não é assim que se faz política. Mas de qualquer forma, a única coisa que seria rigorosamente impossível seria um golpe de Estado”disse Gandra.

O jurista em direito considerou a persistência em rotular tais atos extremistas como um golpe de estado como uma simples “narrativa”, e destacou que os participantes da manifestação “não estavam armados, encontraram apenas uma faca com um dos indivíduos. Não houve nenhum tipo de treinamento militar”.

O Dr. Ives mencionou diversos países africanos que sofreram golpes de Estado nos últimos anos, entre eles Tunísia, Sudão, Burkina Faso, Guiné, Níger, Gabão, Chade, Mali e Zimbabwe. Ele afirmou isso.

O Dr. Ives discordou do entendimento do ministro Alexandre de Moraes e afirmou que todos deveriam ter Forças Armadas, tanques nas ruas e soldados.

De acordo com o professor de Direito, um grupo de civis desarmados, a maioria sem histórico policial, causou desordem e, portanto, deve ser punido. Embora tenha enfatizado que um golpe de Estado é impossível.

“(…) Sei perfeitamente que não haveria a menor possibilidade de um golpe de Estado. Mais do que isso, não havia nenhum atentado violento ao Estado de Direito por um grupo de civis que, enfim, desarmados, não teriam força nenhuma porque não tinham apoio dos 330 mil homens que constituem as Forças Armadas do Brasil.”

Gandra expressou sua desaprovação em relação à rotulação dos manifestantes do dia 8 de janeiro como golpistas pela mídia e pelo Judiciário, além de ter condenado a severidade excessiva das punições atribuídas aos infratores.

“Pessoas que foram consideradas como golpistas sem terem força nenhuma, sem terem possibilidade nenhuma, fazendo algo rigorosamente impossível. Para mim, teriam de ser punidos, mas não com as penas violentas que foram punidas. Teriam de ser punidos como baderneiros, mas jamais com penas de 17 anos ou algo semelhante (…).”

Assista ao vídeo do professor:

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