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Lira sobe o tom e diz que Padilha é ‘desafeto pessoal’ e ‘incompetente’

Presidente da Câmara sinalizou incômodo com a articulação do governo durante a votação que manteve a prisão de Chiquinho Brazão

O presidente da Casa dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), intensificou suas críticas ao governo e apontou que o ministro Alexandre Padilha, responsável pelas Relações Institucionais, é um “desafeto pessoal” e “incompetente”. Lira também alegou que Padilha está disseminando informações falsas na tentativa de interferir no Poder Legislativo. Essas declarações foram feitas na quinta-feira (11), durante uma visita à Exposição Agropecuária de Londrina (PR).

“É lamentável que integrantes do governo, interessados na estabilidade da relação harmônica entre os poderes, fiquem plantando essas mentiras, notícias falsas que incomodam o parlamento. E, depois, quando o parlamento reage, acham ruim”, afirmou.

Lira encerrou sua relação com Padilha e não manteve contato com o ministro desde o fim do ano anterior. Ele tem manifestado críticas sobre a comunicação entre o governo e o Congresso para parlamentares aliados.

A resposta veio como um comentário ao questionamento sobre o resultado da manutenção da prisão do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), na noite de quarta-feira (10). Ele é suspeito de ser o autor intelectual do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

Segundo Lira, a estreita margem de votos a respeito do destino de Brazão destaca o incômodo do Legislativo com a invasão do Judiciário, entretanto, rejeitou qualquer manobra para abrigar potenciais criminosos.

A votação resultou em 277 votos apoiando a continuação da prisão de Chiquinho Brazão, com 129 votos contrários e 28 abstenções. A necessidade era de 257 votos para assegurar a manutenção da prisão do deputado.

“Nós não podemos pré-julgar o deputado [Chiquinho Brazão], que é algo que acontecerá agora no Conselho de Ética e na Justiça. A votação de ontem era para decidir se ele permanecia preso ou seria solto. Isso nada influencia em votações, em base aliada e muito menos em eleição da Câmara, que só vamos tratar a partir de setembro”, completou.

O Psol, partido de Marielle Franco, iniciou na última quarta-feira (10) um processo no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados que solicita a cassação do mandato do parlamentar. A razão apresentada é a necessidade de prevenir qualquer impedimento à Justiça por parte de Brazão através do exercício de sua influência política.

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