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A ronda dos Cafés de Corumbá

Ha muitos e muitos anos cultivava-se a tradição de, pela madrugada, reunirem-se a turma dos madrugadores. ou insones, no Cafe Néctar.

Tradição corumbaense esses cafés que serviam um copo de água gelada antes da xícara de café quentinho.

Eram uma instituição corumbaense, e duas torrefadoras , Néctar e Sao Paulo, disputavam o mercado , cada uma comprando o produto in natura em determinadas cidades da Noroeste do Brasil.

Haviam partidários ferrenhos do cafe Néctar do torrefador Mario Lorenzetto, o Mario Suave e outros do Café São Paulo do Darmansheff.

Certo é que essa marcas reinaram por anos em toda a região chegando a ter excelentes vendas na Bolívia e Paraguai.

Por aqui diaputavam a freguesia e se vendiam milhares de xícaras ao dia no Café São Paulo com seu lindíssimo balcão em pastilhas verdes. no Café Kentinho, no Café Castelinho, no Café Néctar e no café Ouro Verde, se esqueci algum, me perdoem.

Destes todos, sobrevive hoje o Herdeiro do Café Néctar agora com o nome de Café Neta, com a sua proprietária Dona Dalva abrindo às cinco da manhã. para atender extensa roda de habituês, do caféfeito em fogãoa carvão, com o capricho da querida Márcia. .

Nestes tempos modernos, às vezes por ali passam alguns que ainda estão vivendo os embalos da noite, e dá algum trabalho para que sigam o seu caminho em busca da derradeira dose, que normalmente não é de café.

Num dia, formada animada roda com um assunto de real interesse, eis que se aproxima um jovem, meio amarrotado. tentando penetrar na roda.

Finalnente conseguiu e, educadamente, pediu-me somente para contar a sua estória, para que avaliassemos então algjma possibilidade de ajudá-lo…

Um suas palavras, narrou que havia empregado todas as suas economias, para vir da cidade de Cáceres com a família, pois havia garantia de aqui conseguir emprego de piloteiro de turismo, sua profissão, mas descobrindo porbestes lados uma crise maior que a da sua cidade de origem…

Pedia uma ajuda para um propriciar café da manha para ele., a mulher e um filho.

Infirmei-o dos Cetremis Centro de apoio aos Migrantes. que de Corumbá o recambiariam.para Campo Grande. depois Cuiabá e finalmente sua cidade natal, Cáceres.

Embora mostrasse algum documento que já estava cadastrado, havia a desconfiança de que se tratasse de um golpe, perguntei se trinta reais daria para alimentar a si e aos seus, seus olhos brilharam e disse que dava e sobrava.

Propus estão um questionário para confirmação se ele era mesmo cacerense, e mandei logo a primeira pergunta: “- Como os moradores de Cáceres são apelidados pelas cidades vizinhas ?

“Canelas de Vidro”, afirmou com convicção.

Tirei 10 reais e passei às suas mãos.

A segunda pergunda é: “- O que tem na Praça principal de Cáceres. em frente ao Marco do Jauru?”

Sem titubear ele afirmou,: “- A Catedral de São Luiz de Cáceres!”

Outros dez mudaram de mão…

Agora, me responda, a Igreja caiu numa época… porque caiu a igreja de Cáceres?

Na lata. ele mandou: “”-Porque foi construída em cima do ninho do minhocon, e ele zangou, e derrubou a Igreja”

Como vi que era cacerense mesmo, falei para ele: “- Fico com os trinta e te dou esta nota de cinquenta reais se acertar esta pergunta mais difícil: “- Se a igreja esta lá, o que aconteceu com o.minhocon e sua loca?

Na certeza da verdade, contestou : “- o minhocon está lá, pois o frei Luiz, retirou um fio de cabelo de Nossa Senhora e o amarrou, ele está lá, feliz, amarrado e subjugado pela Mãe de Deus.”

Levou os cinquenta, desejei-lhe feliz viagem e que fosse abençoado e feliz lá por Cáceres, sem medo do minhocon e louvando sempre a Nossa Senhora.

O Não e o ão do cacerense tem som de non e on, mercê do castelhano da fronteira boliviana…

Para o filho de uma legítima canela de vidro. meu dileto amigo, agora passarinheiro, o ator corumbaense Salim Haqzan…

Armando LacerdaPorto São Pedro

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