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O grito da anhuma!

Uma anhuma pantaneira, de olhos arregalados observou o programa Fantástico de ontem, e entendeu o seguinte:

Foi boa a propaganda da Estância Caiman, queimando preventivamente a não citada formação de Braquiarias, mas servindo como propaganda que estão prontos para concorrer com o povo do Porto Joffre no quesito forrageamento artificial de onças, bem comportadas e humanizadas, fáceis portanto de serem observadas como a Aracy e Jacy, que demonstram ser como as de lá, sempre perto da água, afinal os “alimentos” oferecidos dão uma sede de lascar…

Desde o último incêndio por lá, pouco tempo depois de terem desativado pecuária, tal evento previsível já foi inclusive batizado de “Síndrome das Braquiárias Caiman…”

Imagens de arquivo mostraram agricultura em Miranda e Bodoquena num “esforço” para apantaneirizar áreas de pediplano da Serra da Bodoquena, são áreas em recuperação de antigas pastagens degradadas por meio século de pecuária intensiva.

A anhuma também observou a “justificativa” da aquisição de áreas no tamanho das antigas sesmarias hereditárias, na confluência dos Rios Negro, Aquidauana e Miranda, inclusive com velho filme VHF que serviu para justificar aquisição dos recalcitrantes, pobre Ciriaco Rondon, as cinzas do seu legado virarão diamantes nas garras dos espoliadores do Pantanal.

Chegou aos ouvidos da anhuma, trazidas por uma ave migrante, que essas duas mega áreas já serviram ou servirão aos grupos proprietários para trilionária transação com créditos de carbono, segundo um bem te vi, sempre atento aos detalhes, pretendem reencher até explodir seus cofres…

Nossa amiga Tachã afirma gritando que, entretanto, todas as imagens em plano aberto ou com drone, foram tomadas em fazendas de pecuária na Nhecolândia, que a crer no noticiário, estaria já totalmente destruída…

Da mesma forma, ao retornar de um passeio visitando araras fugidas para outras regiões, ela afirma que ao contrário do anunciado no merchandising do programa , as araras preferem nidificar e criar seus filhos longe das manipulações de conhecida arareira, que depois de tantos anos ainda tem o desplante de alardeiar, que para comer o coco de acuri, essas lindas aves não necessitam da simbiose com a ruminação dos bovinos e mostra um caixote mal ajambrado para propagar, pateticamente, a necessidade de novas doações milionárias.

Nesse mundo fantástico da monetização da cultura pantaneira em prol de interesses de megacapitalistas, nossa observadora anhuma promete anunciar aos quatro ventos, que só viu ali fantasias e narrativas para enganar incautos.

Foi fantástico o cinismo da empulhação de tanto green washing explícito, segundo nossa ave gritadora, citando a intelectual coruja: “- Só cai quem qué ! Só cai quem qué !”

Disque tem mais semana que vem, anunciam que vão aparecer os belos canais de drenagem, ampliados irresponsavelmente pela movimentação de barcos de turismo, nas áreas particulares das desvalorizadas fazendas inundadas pelo Rio Taquari…

Armando LacerdaPorto São Pedro

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