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Brasil está à beira da maior onda de demissões em massa da história; entenda

Grandes empresas do varejo brasileiro, enfrentando crises, encerraram ou anunciaram o encerramento de mais de 750 lojas no país. Essa situação afeta um pequeno segmento do mercado nacional, que inclui grandes nomes como Carrefour, Americanas, Dia, Marisa e Casas Bahia. Apesar das diferenças nas dificuldades enfrentadas por cada empresa, a consequência comum dessa grande redução de infraestrutura operacional é a possível demissão de cerca de 35 mil funcionários.

No caso das Casas Bahia, novas informações sobre essas reduções, tanto de lojas quanto de pessoal, foram reveladas na noite de segunda-feira (25/3), com a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2023 da empresa. A empresa registrou um prejuízo de R$ 1 bilhão e atualizou o número de lojas fechadas em 2023 para 55, sendo que 17 delas foram fechadas apenas no quarto trimestre.

Durante esse período, a empresa demitiu 8,6 mil funcionários entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023, sendo que 2,6 mil dessas demissões ocorreram no quarto trimestre do ano passado. De acordo com a empresa, houve uma diminuição de 42% no número de cargos de alta liderança.

A empresa informou que o objetivo desses fechamentos é eliminar os pontos de venda que estão gerando prejuízo ou que têm margens negativas. Segundo a Casas Bahia, que está passando por uma reestruturação, essas medidas resultaram em uma redução de 18% nos gastos com pessoal no quarto trimestre de 2023.

A crise da Americanas

Há casos mais conhecidos de redução de lojas e demissões, como o da Americanas. A empresa entrou em recuperação judicial em janeiro de 2023, após a descoberta de uma fraude contábil de R$ 25,2 bilhões. Desde então, a Americanas encerrou as atividades de 152 lojas, conforme informações divulgadas pela empresa na quinta-feira (21/3).

A equipe de funcionários da varejista, contratados sob o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), diminuiu de 43.123 pessoas em janeiro de 2023 para 32.248 no mesmo mês de 2024, resultando em uma redução de 13.875 empregados. Em 17 de março, a última data para a qual há dados disponíveis, o número de funcionários era de 35.948. Portanto, o total de demissões durante o período de crise foi de 7.175.

Foco em São Paulo

O Dia, que iniciou um processo de recuperação judicial na sexta-feira passada (26/3), planeja encerrar as atividades de 343 de suas 587 lojas em todo o país. A empresa continuará operando com 244 lojas, concentradas principalmente na capital de São Paulo. A rede, de origem espanhola, emprega 5,5 mil pessoas no Brasil, mas após a reestruturação, manterá apenas 2 mil funcionários.

O Carrefour e a Marisa não divulgaram o número exato de demissões que ocorrerão com o fechamento das lojas. Em fevereiro, a rede de supermercados registrou um prejuízo de R$ 565 milhões no último trimestre de 2023 e anunciou o fechamento de 123 lojas, incluindo 16 hipermercados, 94 lojas da rede Todo Dia e 13 das marcas Nacional e Bom Preço. Segundo a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), o número de demissões pode atingir 12,5 mil pessoas.

Na terça-feira (26/3), a Marisa comunicou ao mercado o adiamento da divulgação de seus resultados financeiros anuais, inicialmente prevista para quarta-feira (27/3), mas agora reprogramada para segunda-feira (1º/4). Na semana anterior, em um comunicado ao mercado, a empresa confirmou o fechamento de 91 lojas em 2023. De acordo com a SBVC, o número de demissões resultantes desse processo pode chegar a 2,4 mil funcionários.

 

 

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