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Ministros nomeados por Lula para conselho de distribuidora de gás recebem remuneração extra de R$ 20 mil

Silvio Almeida, José Múcio, Ricardo Cappelli e Celso Amorim estão na mesma lista

A administração de Luiz Inácio Lula da Silva nomeou membros de alto nível para o conselho administrativo da Companhia Distribuidora de Gás do Rio de Janeiro (CEG). Os ministros da Defesa, José Múcio, e dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, estão entre os nomeados. Ricardo Cappelli, ex-secretário-executivo do Ministério da Justiça, e o assessor especial Celso Amorim também foram incluídos.

Os quatro ganham aproximadamente R$ 20 mil mensalmente para comparecerem a encontros ocasionais com outros oito conselheiros.

Ministros nomeados por Lula para conselho de distribuidora de gás no Rio de Janeiro recebem remuneração de R$ 20 mil.

Almeida, Múcio, Cappelli e Amorim foram promovidos a cargos superiores por recomendação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o acionista majoritário da CEG. A assembleia da empresa, que está sob o controle da multinacional espanhola Naturgy, deu seu aval aos nomes sugeridos.

A última reunião ocorreu em 24 de fevereiro, sendo a única do ano. No ano anterior, foram realizadas seis reuniões. Isso implica que os conselheiros debatem a direção da CEG aproximadamente a cada 60 dias.

A explicação do BNDES

Quando questionado pela Revista Oeste, o banco confirmou que não leva em conta a experiência anterior dos conselheiros no ramo de distribuição de gás. O objetivo é “prestigiar a diversidade” na formação do conselho.

A alegação da instituição financeira é de que este modelo de administração é vantajoso para a empresa, pois valoriza “a diversidade de conhecimentos, experiências, comportamentos, aspectos culturais, faixa etária, étnica e de gênero”.

A questão das indicações à CEG foi levantada pela Revista Oeste junto ao BNDES. O banco justificou tais indicações mencionando a formação acadêmica dos conselheiros e suas vivências em empresas e instituições públicas. Foi ressaltado que Almeida, Múcio, Cappelli e Amorim nunca tiveram experiência no setor de distribuição de gás.

A Manobra Política do Governo Lula

A nomeação de ministros para conselhos de administração de empresas públicas se tornou uma prática frequente no governo atual. Tal medida é utilizada para aumentar os rendimentos dos aliados e para preservar o domínio sobre as empresas.

A ação tem como objetivo contornar a Lei 14.520/23, que define o limite salarial do setor público em R$ 44 mil.

No último ano, por exemplo, a empresa metalúrgica Tupy confirmou a presença de Carlos Lupi (Previdência Social) e Anielle Franco (Igualdade Racial) em seu conselho administrativo.

Da mesma forma que ocorreu com Almeida, Múcio, Cappelli e Amorim, as nomeações de Anielle e Lupi foram feitas através do BNDES, que possui quase 30% da empresa.

Um conselheiro da Tupy recebe um salário mensal superior a R$ 36 mil, totalizando uma remuneração anual de R$ 433,4 mil. Além disso, existem outros benefícios. Ao somar o salário padrão com a remuneração por participação em comitês na Tupy, a média anual atinge R$ 634,9 mil. Assim, em um período de 12 meses, essa quantia ultrapassa R$ 50 mil por mês.

Quando questionado sobre as nomeações para a Tupy, o BNDES afirmou que Anielle Franco e Carlos Lupi estão qualificados para a posição. Ambos nunca atuaram no setor metalúrgico.

As informações são da Revista Oeste

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