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Netanyahu chama declaração de Lula de ‘vergonhosa’ e diz que repreenderá embaixador brasileiro

Pelas redes sociais, primeiro-ministro afirmou que comparar ações do país ao Holocausto é cruzar uma linha vermelha

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, criticou as declarações do presidente Luiz Inácio  da Silva que comparam as ações de Israel no conflito com o grupo terrorista Hamas ao nazismo. Ele afirmou que a fala de Lula é vergonhosa e grave e disse que o ministro das Relações Exteriores, Israel Katz, convocará o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, para uma “dura conversa de repreensão”.

“Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender. Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e fará isso ao mesmo tempo em que defende o direito internacional”, declarou Netanyahu, nas redes sociais.

A declaração de Lula foi feita em entrevista coletiva neste domingo (18), depois da participação do presidente na 37ª Cúpula de Chefes de Estado e Governo da União Africana, em Adis Adeba, capital da Etiópia. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza, com o povo palestino, não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler decidiu matar os judeus”, disse. Procurados, o Palácio do Planalto e o Itamaraty ainda não se posicionaram sobre o assunto.

‘Distorção perversa da realidade’

A Conib (Confederação Israelita do Brasil) repudiou as declarações do presidente e classificou a fala do chefe do Executivo brasileiro como “distorção perversa da realidade que ofende a memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes”.

“Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende em sua Carta de fundação a eliminação do Estado judeu”, diz a Conib.

A entidade criticou também a posição do governo brasileiro em relação ao conflito. “Uma postura extrema e desequilibrada em relação ao trágico conflito no Oriente Médio, abandonando a tradição de equilíbrio e busca de diálogo da política externa brasileira”, afirma o texto.

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