Na última sexta-feira, dia 27, as condenações contra o empresário Leo Pinheiro, que foi a principal testemunha contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava Jato, foram anuladas pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF). Pinheiro, que admitiu sua culpa, tinha uma sentença de mais de 30 anos de prisão.
Segundo os testemunhos de Léo Pinheiro na justiça, a empresa dele, anteriormente conhecida como OAS e agora Metha, teria sido receptora de propinas. A construtora também estaria encarregada das reformas no apartamento tríplex no Guarujá (SP) e no sítio de Atibaia, que resultaram em processos contra Lula. No entanto, todas as acusações foram posteriormente anuladas.
No editorial de opinião de terça-feira, 1º, do jornal O Globo, foi enfatizado que a determinação de Toffoli em relação ao futuro de Pinheiro “incentiva a leniência com corrupção”. “Sozinho, mais uma vez, o ministro anulou processos contra outro réu confesso da Operação Lava-Jato”, ressaltou o jornal.
“Sozinho, [Toffoli] cancelou todas as ações contra ele [o empreiteiro], e tem sido esse o procedimento-padrão no desmonte da maior operação contra corrupção da História do Brasil”, lamentou a publicação. “Nada de debate no plenário, nenhuma possibilidade de a população ouvir opiniões divergentes”.
O Globo esclarece que Toffoli baseou sua decisão na versão apresentada pela defesa, que argumentou que Pinheiro, sentenciado a 30 anos de cadeia, foi alvo de “ilegalidades processuais”.