Jornalista do Washington Post abandona programa ao vivo por discordar de cobertura anti-Trump
Hugh Hewitt refutou as alegações de que o republicano estaria “preparando o terreno” para contestar o resultado das eleições

Na sexta-feira, 1º, Hugh Hewitt, jornalista, se afastou do programa First Look, do Washington Post, devido a discordâncias com a cobertura contra o ex-presidente e candidato à presidência dos Estados Unidos nas eleições de 2024, Donald Trump.
No decorrer do programa, uma discussão sobre a iminência da contagem dos votos eleitorais foi levantada por Hewitt e pelos jornalistas Jonathan Capehart e Ruth Marcus. A conversa se voltou para Trump, onde Capehart o acusou de “preparar o terreno” para questionar o resultado das eleições, cuja conclusão está prevista para a próxima terça-feira, dia 5.
No decorrer do programa, uma discussão sobre a iminência da contagem dos votos eleitorais foi levantada por Hewitt e pelos jornalistas Jonathan Capehart e Ruth Marcus. A conversa se voltou para Trump, onde Capehart o acusou de “preparar o terreno” para questionar o resultado das eleições, cuja conclusão está prevista para a próxima terça-feira, dia 5.
Hewitt rebateu os argumentos dos colegas, e Capehart disse que não gostaria de ter aulas sobre jornalismo. Capehart ainda acusou Hewitt de passar informações falsas. Então, Hewitt arrancou o fone de ouvido e deixou o programa. “Terminei”, disse. “Este é o anúncio eleitoral mais injusto do qual já participei.”
A discussão sobre Trump
O confronto aconteceu durante o processo iniciado pela campanha de Trump na Pensilvânia, onde um juiz aceitou um pedido para prolongar a votação presencial no condado de Bucks. O republicano optou por recorrer à Justiça após vários eleitores que esperavam na fila para receber suas cédulas serem recusados.
“Parece que Donald Trump está preparando o terreno para contestar a eleição, não é?”, perguntou Capehart a Ruth, no começo do debate. “Ele alega que a trapaça estava ocorrendo e processou o condado de Bucks por supostas irregularidades.”
Ruth concordou e disse que o republicano está “preparando o terreno” para contestar as eleições há meses. Hewitt, então, tentou se manifestar. “Jonathan Capehart, tenho de falar”. “Deixe Ruth Marcus terminar, Hugh Hewitt”, retrucou o colega.
Ao fim do término do comentário de Ruth, Hewitt se manifestou. “O condado de Bucks foi revertido pelo tribunal e instruído a abrir dias extras porque violou a lei e disse às pessoas para irem para casa”, disse o jornalista. “Somos pessoas de notícias, embora tenhamos opiniões, e temos de relatar toda a história. Então, sim, Trump está chateado com o condado de Bucks, mas estava certo e venceu no tribunal. Essa é a história.”
Depois de uma breve pausa, Capehart disse a Hewitt: “Não gosto de receber sermões sobre reportagem quando, Hugh, muitas vezes você vem aqui dizendo muitas coisas que não são baseadas em fatos”.
Este último comentário irritou Hewitt, que decidiu abandonar o programa. “Não volto mais”, concluiu.
Esta disputa surge em meio à crise que o Washington Post está enfrentando. Para ilustrar, três editores de opinião renunciaram quando o jornal optou por não endossar nenhum candidato à presidência. Isso é algo inédito em 36 anos.
Recentemente, o sócio majoritário do jornal, Jeff Bezos, alertou em um artigo de opinião em 28 de outubro que a equipe do jornal estava “cada vez mais” disposta a “falar apenas com uma certa elite”, em vez do público norte-americano em geral.
“Cada vez mais, falamos sozinhos”, escreveu Bezos. “Nem sempre foi assim. Na década de 1990, alcançamos 80% de penetração doméstica na área metropolitana de DC.”
O Washington Post perdeu 250 mil leitores depois de decidir não manifestar apoio a nenhum candidato.
As informações são da Revista Oeste