NotíciasPolítica

Comissão da câmara cassa comenda concedida por Lula ao ditador Sírio Bashar al-Assad

Condecoração foi revogada após deposição de Assad e críticas ao seu regime brutal

A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (11) a cassação da Ordem do Cruzeiro do Sul concedida em 2010 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao ditador sírio Bashar al-Assad. A decisão veio após Assad ter sido deposto no último domingo (8) por forças rebeldes, após 24 anos de regime autoritário na Síria.

Assad: Do “Carniceiro de Damasco” à Deposição

Bashar al-Assad, conhecido como o “carniceiro de Damasco”, foi responsável por milhares de mortes de civis durante a guerra civil síria. Estima-se que o número total de vítimas ultrapasse 220 mil, resultado de atrocidades como ataques com armas químicas, torturas brutais, ataques a hospitais e execuções sumárias.

Grande Colar da Ordem do Cruzeiro do Sul

A comenda em questão, o Grande Colar da Ordem do Cruzeiro do Sul, é a maior distinção concedida pelo governo brasileiro a chefes de Estado estrangeiros. Ela é reservada àqueles que demonstram “reconhecida nobreza, honra e caráter”. A revogação foi aprovada em resposta à proposta do deputado Sóstenes Cavalcanti (PL-RJ), relatada por Rodrigo Valadares (União-SE).

Valadares destacou que Assad “não se encaixa na descrição exigida pela Ordem” e não respeita os princípios democráticos. Ele lembrou que o Brasil já havia condenado o regime sírio em 2012, ao votar na Assembleia Geral da ONU a favor de uma resolução pedindo a saída de Assad do poder.

Símbolo Internacional Contra Ditaduras

Para o deputado Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores, a medida tem um forte simbolismo internacional: “O Brasil não deveria conceder comenda alguma para ditador, seja quem for. Além disso, protegemos os cerca de 3,5 mil brasileiros que residem na Síria, evitando que sejam confundidos com apoiadores do regime deposto.”

Redecker também ressaltou que a decisão posiciona o Brasil como um país que poderá contribuir para a reconstrução de uma Síria politicamente estável no futuro.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo