A liderança do déficit primário entre as empresas estatais federais é ocupada pelos Correios, com um saldo negativo de R$ 3,2 bilhões. A Emgepron (Empresa Gerencial de Projetos Navais), por sua vez, registrou um déficit de R$ 1,9 bilhão. O resultado primário total das estatais federais chegou a um montante negativo de R$ 4,04 bilhões em 2024.
Esse montante é relativo às companhias que integram a meta fiscal, excluindo a Petrobras e as instituições bancárias estatais, que não são consideradas nessa contagem. Na quinta-feira, 30, o Ministério da Gestão e Inovação tornou essas cifras públicas.
Segundo o governo, os dados dos Correios e de outras empresas estatais não levam em conta os recursos que foram acumulados anteriormente nos cofres das empresas.
Apesar de divulgar os dados, o governo fez uma ressalva de que o resultado primário dos Correios e outras empresas estatais não é um reflexo exato da saúde financeira dessas entidades. De acordo com uma declaração oficial, esse indicador não leva em conta os fundos acumulados nos caixas das empresas em períodos passados, nem inclui potenciais receitas provenientes de financiamentos.
No documento , o governo forneceu alguns exemplos que esclarecem essa situação. Por exemplo, o Serpro e a Dataprev relataram lucros líquidos de R$ 426 milhões e R$ 385 milhões, respectivamente, até o terceiro trimestre de 2024. No entanto, ambas as entidades registaram um déficit orçamentário.
A adequação da métrica utilizada para avaliar o desempenho dessas empresas pode não ser evidente. Por outro lado, a Hemobrás obteve um lucro líquido de R$ 101 milhões durante o período, embora tenha registrado um déficit devido ao alto volume de investimentos. Atualmente, a empresa está em processo de construção de um complexo fabril em Pernambuco. Este projeto possibilitará ao Brasil se tornar um dos raros países com a capacidade tecnológica para produzir medicamentos por meio do fracionamento do plasma.
Os números divulgados levam em conta a autorização para desconsiderar do cálculo os investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), totalizando R$ 1,9 bilhão. Incluem também os balanços da ENBPar, cujo déficit chegou a R$ 463,1 milhões. Se essas exceções não fossem levadas em conta, o déficit primário aumentaria para R$ 6,3 bilhões.
O Ministério da Gestão e Inovação destacou que a maior parte dos déficits das estatais não está relacionada a prejuízos operacionais
O Ministério da Gestão e Inovação enfatizou que a maior parte dos déficits das empresas estatais não surge de perdas operacionais. A maioria ocorre devido aos investimentos feitos. Em 2024, os investimentos das empresas estatais federais aumentaram 44,1% em relação a 2023. No geral, chegaram a R$ 96,18 bilhões.
O comunicado oficial mostra uma tabela minuciosa. Revela o resultado inicial das empresas estatais em 2024, os investimentos feitos e o resultado contábil intermediário. Em certas situações, as informações mais atuais disponíveis se referem ao primeiro trimestre de 2024. O arquivo, que parece ter sido criado a partir de uma planilha Excel, exibe a palavra “ENBPar” realçada em vermelho, sinalizando uma possível sugestão de correção automática do software.
A Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais foi responsável pela coleta dos dados divulgados pelo ministério. O grupo Petrobras, por estar fora da meta fiscal, não teve seus números incluídos. Prevê-se que o Banco Central divulgue o resultado consolidado das estatais federais em 2024 nesta sexta-feira, 31.
As informações são da Revista Oeste
