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Hugo Motta critica uso de bonés no congresso: “usar boné não resolve os problemas do país”

Presidente da câmara reage à disputa política com acessórios e cobra foco em soluções concretas

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez uma crítica direta à recente disputa entre parlamentares governistas e oposicionistas que utilizaram bonés como símbolos políticos dentro do Congresso. Em publicação na rede social X (antigo Twitter), Motta ironizou a prática e defendeu que o foco dos parlamentares deveria estar na busca por soluções para o país.

“Pra mim, boné serve pra proteger a cabeça do sol, e não para resolver os problemas do país. O que a gente precisa é fazer, e ter a cabeça aberta pra pensar em como ajudar o Brasil a ir pra frente”, escreveu.

A declaração foi interpretada como uma reprimenda tanto à base governista quanto à oposição, que adotaram o acessório nos últimos dias para marcar suas posições políticas dentro da Câmara.

Bonés viram símbolo da disputa entre governo e oposição

A polêmica começou quando deputados da base de apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro usaram, durante a reabertura do Congresso Nacional, um boné verde e amarelo com a frase “Comida barata novamente”.

Além disso, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), distribuiu pacotes de café e peças de picanha com mensagens provocativas ao governo Lula. No caso do café, o item trazia uma montagem do presidente com a frase “Nem picanha, nem café”, enquanto a embalagem continha um alerta sobre a alta nos preços dos alimentos: “Preço dos alimentos em alta no Brasil. Carne e café podem subir até 20%”.

A ação foi uma resposta ao boné azul com a frase “O Brasil é dos brasileiros”, usado por deputados e senadores da base governista durante as eleições para a presidência da Câmara e do Senado. O slogan foi criado por Sidônio Palmeira, chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), como uma forma de confrontar o uso do boné MAGA (Make America Great Again), popularizado pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e incorporado por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Ministros do governo Lula iniciaram a “guerra dos bonés”

A adoção do boné azul não se limitou aos parlamentares da base governista. Ministros do governo Lula também aderiram à peça, incluindo Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Carlos Fávaro (Agricultura) e Juscelino Filho (Comunicações). O acessório também foi usado pelo líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), e pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).

O ministro Alexandre Padilha, um dos entusiastas da iniciativa, explicou o objetivo da estratégia.

“Vamos botar um boné do Brasil. Eu recebi essa sugestão e vou comprar um boné e entregar para cada um dos ministros na hora de votar. Isso é um orgulho para o Brasil. Ninguém bate continência para a bandeira de outro país”, declarou Padilha.

A intenção dos governistas com o acessório foi reforçar um discurso de soberania nacional, se contrapondo ao uso do boné MAGA entre parlamentares aliados de Bolsonaro.

 

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