
Em um jantar privado com empresários em São Paulo, na noite de segunda-feira 24, Simone Tebet, ministra do Planejamento, expressou críticas à gestão fiscal do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo Tebet, o Poder Executivo não conseguiu apresentar um ajuste confiável nas contas públicas. Em seu ponto de vista, o governo Lula não cumpriu o “dever de casa”. As informações foram divulgadas pelo jornal O Estado de S. Paulo.
O discurso acontece em um período de aumento da desconfiança do mercado sobre a direção da política econômica. Segundo a ministra, o aumento expressivo do dólar no final do ano passado foi uma reação direta à insatisfação dos agentes financeiros com a proposta de redução de despesas.
Ela afirmou que o texto final ratificado pelo Congresso não atingiu as expectativas da equipe econômica. A assessoria de Tebet validou que a discussão ocorreu de maneira informal e reafirmou que o projeto enviado passou por mudanças significativas no Legislativo.
A ministra mencionou também outros fatores. Ela atribuiu uma parcela da valorização do dólar a pressões externas e do mercado. O grupo Esfera organizou o jantar que reuniu representantes dos setores de energia, comércio, finanças e infraestrutura.
Simone Tebet reafirmou fidelidade a Lula
Mesmo frente às críticas, Tebet reiterou sua lealdade a Lula, afirmando que continuará no governo por fidelidade. Todavia, expressou sua falta de apoio ao modelo atual de reeleição, e se posicionou a favor de um único mandato de cinco anos.
No mês de novembro de 2023, uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) voltada para a recuperação fiscal foi apresentada ao Congresso pelo governo. A deliberação sobre a PEC aconteceu no mês subsequente. A redação inicial do documento projetava um reflexo favorável de R$ 71,9 bilhões em um período de dois anos, porém a edição que foi aprovada ajustou essa previsão para R$ 69,8 bilhões. Dentre as partes que foram removidas do texto, estava uma que estabelecia normas mais restritivas para o recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC), destinado a idosos de baixa renda e a pessoas com deficiência.
As informações são da Revista Oeste