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Stedile e esquerda questionam eleição no Equador e falam em fraude

Líder do MST critica reeleição de Daniel Noboa e levanta suspeitas sobre estado de exceção nas vésperas do pleito

Líder do MST critica reeleição de Daniel Noboa e levanta suspeitas sobre estado de exceção nas vésperas do pleito

O líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, entrou no coro das críticas feitas por integrantes da esquerda latino-americana contra o resultado da eleição presidencial no Equador, realizada no domingo (13). Apoiador da candidata Luisa González, que foi derrotada nas urnas, Stedile questionou a legitimidade do processo eleitoral, colocando sob suspeita o decreto de estado de exceção assinado pelo presidente Daniel Noboa a poucos dias do pleito.

“Imaginem o que um governo que decreta estado de sítio 48h antes das eleições para que as Forças Armadas controlem as províncias faz com as urnas sob seu controle? Assim Noboa se reelegeu. E Trump tem mais um filhote para mandar na América do Sul. Uma vergonha”, escreveu Stedile em sua conta na rede social X (antigo Twitter).

Estado de exceção em meio a escalada de violência

Apesar das críticas, o estado de exceção foi decretado em sete províncias, sob a justificativa de conter o avanço do crime organizado e do narcotráfico. As medidas incluíram toque de recolher noturno, suspensão de liberdades civis como o direito à reunião e à inviolabilidade do domicílio, além de reforço das Forças Armadas nas regiões afetadas.

A iniciativa, embora polêmica, foi respaldada por parte da população, que enfrenta há anos o crescimento da violência relacionada a grupos criminosos.

Resultado eleitoral e reação da oposição

Com mais de 94% das urnas apuradas, Daniel Noboa obteve cerca de 56% dos votos válidos, superando Luisa González, que ficou com 44%. A candidata da esquerda, apoiada pelo ex-presidente Rafael Correa, não reconheceu o resultado e prometeu contestar oficialmente.

“Vamos pedir recontagem e a reabertura das urnas. Testemunhamos como o abuso de poder nunca cessou, usando o Conselho Nacional Eleitoral para fazer o que bem entende e atropelar a democracia”, disse González, sem apresentar provas ou irregularidades concretas.

Rafael Correa também levantou dúvidas sobre os números, afirmando que a queda de votos entre o primeiro e o segundo turno é “impossível” sem um “cataclismo”. Em uma série de postagens, ele falou em “crime quase perfeito” e insinuou que teria havido fraude na contagem de votos.

Noboa rebate alegações e reafirma legitimidade

O presidente reeleito respondeu às acusações com firmeza:

“Não há dúvidas de quem ganhou a eleição”, disse Daniel Noboa, minimizando as insinuações da oposição.

Críticas no Brasil: dois pesos e duas medidas?

A repercussão nas redes sociais gerou comparações com a política brasileira. A vereadora Janaína Paschoal (PP-SP) usou a mesma plataforma para criticar o que classificou como “dois pesos e duas medidas” por parte da esquerda.

“Pitoresco a esquerda e os blogs de esquerda brasileiros apoiarem a esquerda equatoriana na contestação ao resultado eleitoral de ontem. Quando a esquerda perde, contestar o resultado das urnas é dever moral. Já, quando a esquerda ganha, idêntico comportamento passa a ser crime da maior gravidade”, afirmou a parlamentar.

 

 

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