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Prefeitura de MG orienta professores a não citarem fé cristã na páscoa

Documento da Secretaria de educação de pouso alegre recomenda foco em “valores universais” e evita menção a ressurreição e crucificação

A Prefeitura de Pouso Alegre, no interior de Minas Gerais, gerou polêmica ao orientar professores da rede municipal a evitarem referências diretas à fé cristã ao tratarem da Páscoa em sala de aula. A recomendação consta de um informe pedagógico publicado pela Secretaria Municipal de Educação.

De acordo com o documento, professores e conselhos pedagógicos devem evitar temas ligados à crucificação, ressurreição de Cristo ou elementos litúrgicos, tradicionalmente centrais na celebração da Páscoa para os cristãos.

Coelhos e ovos, mas sem religião

O informe vai além da parte teológica e sugere que até mesmo símbolos lúdicos como coelhos e ovos de Páscoa sejam desvinculados de qualquer associação religiosa.

A proposta é que os professores foquem valores considerados “universais”, como:

  • solidariedade
  • respeito
  • amizade
  • afeto

Esses elementos, segundo a prefeitura, podem ser abordados sem ligação direta com a tradição cristã.

Justificativa: Estado laico

A Secretaria de Educação afirma que a medida está embasada no princípio da laicidade do Estado, previsto na Constituição Federal, e busca garantir que o ambiente escolar seja neutro do ponto de vista religioso, especialmente em uma rede pública de ensino.

Segundo nota divulgada pelo município, a diretriz “reforça o compromisso com os princípios legais da educação pública no Brasil, no que diz respeito à laicidade do Estado”. A reportagem foi divulgada pelo portal G1.

Críticas e reações

A decisão, no entanto, não passou despercebida. Para críticos, trata-se de mais um episódio do apagamento das raízes cristãs na cultura brasileira, especialmente em datas como a Páscoa e o Natal, cujo significado original tem profunda ligação com a fé cristã.

A orientação da prefeitura levanta questionamentos sobre até que ponto a neutralidade religiosa pode ir, especialmente quando envolve festas tradicionais com significado espiritual para a maioria da população brasileira — em um país que tem mais de 80% de cidadãos que se identificam como cristãos, segundo dados do IBGE.

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