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OMS simula surto de “Vírus dos mamutes” em alerta global sobre pandemias futuras

Exercise Polaris reflete temor crescente com o degelo do permafrost e a liberação de patógenos pré-históricos

A Organização Mundial da  (OMS) conduziu um treinamento internacional com a participação de especialistas de 15 países para simular um cenário inédito: o surgimento de um vírus ancestral letal, preservado por milênios em uma carcaça de mamute congelado. Batizado de Exercise Polaris, o exercício fictício envolveu o patógeno Mammothpox, uma versão hipotética de varíola advinda do descongelamento de animais extintos.

Embora o vírus seja fictício, o risco tratado no evento é real e crescente: mudanças climáticas aceleram o degelo do permafrost, solos permanentemente congelados que podem liberar vírus e bactérias adormecidos há milhares de anos, ainda desconhecidos pela medicina moderna.

Um alerta global sobre os “vírus zumbis”

“Os chamados ‘micróbios Matusalém’ podem permanecer dormentes por milênios”, afirmou o Dr. Khaled Abass, especialista da Universidade de Sharjah, nos Emirados Árabes Unidos. Segundo ele, o derretimento das barreiras naturais entre ecossistemas, animais e seres humanos amplia o risco de transmissão cruzada de doenças, incluindo patógenos há muito extintos ou desconhecidos.

Documentos da OMS divulgados durante o exercício destacam a urgência do tema: “Pesquisas científicas demonstraram que vírus antigos podem permanecer viáveis no permafrost por milhares de anos. O aquecimento global levanta preocupações sobre a liberação de patógenos desconhecidos pela medicina contemporânea”, alertou o órgão, conforme divulgado pelo jornal The Telegraph.

Mammothpox: o vírus fictício que causou pânico simulado

O Mammothpox foi descrito como um vírus com características semelhantes à varíola, erradicada em 1980, e à mpox (varíola dos macacos), mas com letalidade intermediária. Enquanto a varíola original matava até um terço dos infectados, a nova versão simulada poderia causar morte em até 10% dos casos, especialmente entre crianças.

Durante o Exercise Polaris, realizado ao longo de dois dias, foram simuladas três semanas de um surto global. Países como Dinamarca, Qatar, Alemanha, Arábia Saudita, Somália e  enfrentaram cenários diversos, desde surtos em navios de cruzeiro até eventos de massa ou contaminações locais.

No segundo dia, o treinamento evoluiu para cenários de conflito político e divergência de estratégias entre as nações participantes. Enquanto alguns países adotaram lockdowns severos, outros apostaram em controle via rastreamento e isolamento de contatos.

Degelo do Ártico torna ameaça mais real a cada ano

O exercício simulou, com base científica, um fenômeno que já ocorre: a liberação de microrganismos preservados no gelo. Em 2014, cientistas conseguiram reativar vírus do permafrost siberiano que ainda eram capazes de infectar células vivas. Em 2023, outro experimento bem-sucedido envolveu um vírus de ameba congelado há 48.500 anos.

A estimativa mais recente aponta que 4 sextilhões de células (4 seguido de 21 zeros) escapem do permafrost anualmente. Embora apenas uma pequena fração desses patógenos seja potencialmente perigosa, o risco estatístico de uma nova pandemia aumenta com o aquecimento global.

Um caso real que reforça a preocupação ocorreu em 2016, quando esporos de antraz, congelados por 75 anos em uma carcaça de rena na Sibéria, causaram surtos que deixaram dezenas de infectados e uma criança morta.

Saída dos EUA da OMS foi reação aos erros cometidos na pandemia de covid-19

Ao contrário do que sugere a narrativa promovida por setores ligados à Organização Mundial da Saúde (OMS), a saída dos Estados Unidos durante o governo Donald Trump, em 2020, não foi um gesto isolado ou irresponsável. Foi uma resposta firme às falhas graves da OMS na condução da pandemia de covid-19, especialmente no início da crise sanitária.

Sob a gestão de Trump, os EUA denunciaram a conivência da OMS com o regime comunista da China, que suprimiu informações essenciais sobre a origem do vírus em Wuhan. A OMS, na ocasião, demorou a declarar emergência de saúde pública e, por semanas, reproduziu a versão chinesa de que não havia transmissão comunitária do coronavírus — uma alegação que se provou falsa e custou vidas em escala global.

Além disso, a OMS falhou em cobrar transparência do regime chinês e desestimulou restrições de voos internacionais, o que contribuiu para a disseminação rápida do vírus em vários continentes. Essas omissões colocaram em dúvida a neutralidade e a credibilidade científica da entidade, levando Trump a suspender o financiamento norte-americano — que, até então, era o maior da organização.

No contexto atual, a simulação do “Exercise Polaris” com o fictício vírus Mammothpox, apesar de tecnicamente válida, não isenta a OMS de críticas passadas. Alertar para novos riscos, como vírus do permafrost, não apaga a condução politizada e desastrosa da pandemia recente.

Quanto à Argentina, que também deixou a OMS em 2025, o movimento reflete o crescente ceticismo de governos conservadores diante de organismos internacionais que, frequentemente, se envolvem em disputas ideológicas e perdem foco em suas funções técnicas.

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