
A pesquisa Quaest, divulgada na última quarta-feira (4), acendeu um sinal de alerta no governo: a rejeição ao presidente Lula entre os eleitores de baixa renda não para de crescer e atinge níveis críticos.
Entre os brasileiros que ganham até dois salários mínimos, a desaprovação ao presidente quase dobrou em dez meses, passando de 26% em julho de 2024 para 49% em junho de 2025. A curva é ascendente: em março, o indicador já estava em 45%. Ao mesmo tempo, a aprovação caiu bruscamente, de 69% para 50%, evidenciando a insatisfação crescente dessa parcela da população com o governo federal.
Erosão da base mais fiel de Lula
O dado mais preocupante para o Planalto é que esse segmento sempre foi a principal base de apoio do presidente. Agora, os mais pobres se mostram os mais críticos, sendo os menos alcançados pelas políticas e a comunicação do governo. A quebra da fidelidade desse eleitorado representa um desafio sem precedentes na atual gestão.
Percepção negativa e falta de reconhecimento
O levantamento também indica que as ações do governo pouco ecoam entre os mais pobres. Apenas 5% mencionaram “programas sociais, ajuda aos mais pobres” ao serem questionados sobre notícias positivas da administração. Ainda mais alarmante: 51% dos entrevistados disseram não ter ouvido nenhuma notícia positiva sobre o governo Lula.
Inflação e alimentos como principais vilões
A inflação dos alimentos é apontada como uma das principais razões para o descontentamento. Essa pressão nos preços impacta diretamente o orçamento familiar das camadas mais pobres, que culpam o governo pelas dificuldades financeiras diárias.
Rejeição avança e preocupa o Planalto
Mesmo com dados econômicos positivos destacados pelo governo, a queda de popularidade entre os mais pobres persiste e se agrava. O desafio do governo Lula é conter essa tendência de erosão em sua base histórica de apoio, o que, se mantido, pode comprometer seriamente sua imagem e capacidade de liderança.