
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) indicou Estela Aranha, ex-secretária de Direitos Digitais do Ministério da Justiça, como nova ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (10). A escolha representou uma vitória para os ministros Flávio Dino e Alexandre de Moraes, ambos do Supremo Tribunal Federal (STF), em detrimento de nomes apoiados por outros aliados do governo.
Estela foi preterida sobre a ministra substituta Vera Lúcia Santana de Araújo e a advogada Cristina Maria Gama Neves da Silva. Embora Vera Lúcia contasse com o apoio da primeira-dama Rosângela Lula da Silva (Janja), do ministro da Justiça Ricardo Lewandowski e do grupo Prerrogativas, próximo ao governo, Lula optou por seguir a sugestão de Dino, com quem Estela trabalhou diretamente.
Além de ter integrado a equipe de Dino, Estela também foi indicada por ele para uma assessoria na presidência do TSE, sob comando da ministra Cármen Lúcia, após deixar o Ministério da Justiça. Segundo relatos, foi o ministro Gilmar Mendes quem sugeriu inicialmente o nome de Estela a Dino para compor sua equipe.
Recondução de Floriano também favorece Moraes
Na segunda lista para o TSE, Lula decidiu reconduzir Floriano de Azevedo Marques, também apoiado por Alexandre de Moraes. A decisão, porém, causou desconforto entre membros do STF e impôs um dilema ao presidente, diante da divisão das listas por gênero feita pela ministra Cármen Lúcia.
Essas listas diferenciadas surgiram porque os mandatos dos ministros André Ramos Tavares e Floriano encerraram-se em 30 de maio. Ambos foram escolhidos anteriormente por Moraes, que presidiu o TSE em gestões passadas. Cármen Lúcia decidiu que uma das vagas deveria ser ocupada por uma mulher, levando à criação de listas tríplices separadas por gênero.
Com isso, Lula foi obrigado a escolher apenas um entre os dois nomes apoiados por Moraes, e segundo interlocutores, ouviu diretamente o ministro antes de decidir.
Nomeação de Maria Marluce abre espaço para Lira
Lula também indicou Maria Marluce Caldas Bezerra, procuradora de Justiça de Alagoas e tia do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), ao cargo de ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A nomeação abriu caminho para que o deputado Arthur Lira (PP-AL), ex-presidente da Câmara, concorrê ao Senado em 2026.
JHC, filiado ao PL, prometeu ao governo Lula não disputar o Senado ou o governo estadual em 2026, mantendo-se no cargo até o fim do mandato como prefeito, o que desobstrui o caminho para Lira.
O parlamentar é relator do projeto que aumenta a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.
As indicações presidenciais serão oficializadas em edição especial do Diário Oficial da União.