Embaixador dos EUA na Otan culpa Brasil por mortes na Ucrânia
Matthew Whitaker critica compra de petróleo russo por Brasil, China e Índia e responsabiliza por ataques a civis

Durante um encontro com a imprensa em Bruxelas, nesta quinta-feira (17), o embaixador dos Estados Unidos na Otan, Matthew Whitaker, fez críticas contundentes ao Brasil, China e Índia, afirmando que esses países têm “muita responsabilidade” pelas mortes de civis ucranianos ao manterem relações comerciais com a Rússia, especialmente por meio da compra de petróleo e gás.
“Todas as noites vemos ataques recordes na Ucrânia contra cidades e civis. (…) Mas lembrem-se, tudo isso é possível graças à China, Índia e Brasil, que compram petróleo e gás russos, então eu diria que grande parte da responsabilidade pelas mortes de civis, especialmente, recai sobre esses países.”
Whitaker destacou que essas compras energéticas financiam diretamente os ataques russos, sugerindo que o comércio com Moscou poderia ser interrompido para enfraquecer a máquina de guerra do presidente Vladimir Putin.
Trump promete armas à Ucrânia com ônus para aliados europeus
As declarações de Whitaker ocorrem na esteira do anúncio feito por Donald Trump, atual presidente dos EUA, que disse ter chegado a um acordo com os membros da Otan para que os Estados Unidos fabriquem armas, mas sejam os países europeus os responsáveis pelo pagamento e distribuição à Ucrânia.
“Hoje chegamos a um acordo: enviaremos armas para eles e eles as pagarão. Nós, os Estados Unidos, não faremos nenhum pagamento. Não as compraremos, mas as fabricaremos e eles as pagarão.”
O anúncio foi feito na Casa Branca, durante uma reunião com o novo secretário-geral da Otan, Mark Rutte.
Ameaças de sanções e tentativa de pressionar aliados
Trump também ameaçou impor tarifas de 100% à Rússia e aplicar sanções secundárias a terceiros países que mantiverem relações comerciais com Moscou, caso um acordo de paz na Ucrânia não seja alcançado em 50 dias.
O embaixador Whitaker procurou relativizar o impacto do discurso de Trump, afirmando que a medida não visa prolongar o conflito, mas criar condições para um cessar-fogo e eventual negociação de paz:
“A única coisa que mudou é que agora esperamos que os europeus paguem por isso, mas não acho que isso mude muito do que está sendo fornecido ou como está sendo fornecido.”





