
O governo dos Estados Unidos anunciou uma nova regra para a concessão de vistos estudantis que afeta diretamente milhares de brasileiros. Agora, quem pretende estudar no país precisa não apenas informar as redes sociais utilizadas nos últimos cinco anos, mas também deixar os perfis em modo público para análise pelas autoridades consulares.
A exigência vale para os vistos das categorias F, M e J — destinados a estudantes acadêmicos, cursos técnicos/profissionalizantes e programas de intercâmbio. Segundo comunicado da Embaixada dos EUA no Brasil, a medida é obrigatória já no momento do agendamento do visto e continuará a ser verificada até a emissão do documento.
Motivos da medida
O Departamento de Estado norte-americano afirma que a checagem das redes sociais é uma forma de reforçar a segurança nacional. O objetivo declarado é identificar possíveis vínculos com discursos de ódio, conteúdo extremista, antissemitismo ou posturas consideradas antiamericanas.
Em nota oficial, o órgão destacou que os perfis privados dificultam a análise de comportamento digital e podem levar a suspeitas sobre tentativas de ocultação de informações. Dessa forma, manter as contas fechadas pode resultar em atrasos no processo ou até na negação do visto.
Repercussão entre estudantes
A medida gerou preocupação entre candidatos a programas de estudo nos EUA. Muitos questionam a exposição de informações pessoais e veem a exigência como uma forma de vigilância excessiva. Organizações de defesa da privacidade alertam que, ao tornar os perfis públicos, os estudantes ficam mais vulneráveis a riscos como roubo de dados e perseguições online.
Apesar das críticas, especialistas em imigração recomendam cautela. Para eles, não cumprir a regra pode custar caro. “É fundamental que o solicitante atenda exatamente ao que o consulado pede. Se a exigência é deixar o perfil aberto, o melhor é se adequar, porque a omissão de informações pode resultar na negativa imediata do visto”, explica um consultor em mobilidade acadêmica.
Impacto para brasileiros
O Brasil está entre os países que mais enviam estudantes para os EUA. Em 2024, mais de 16 mil brasileiros receberam vistos de estudo. A expectativa é que, em 2025, esse número aumente, mas a nova política pode gerar desistências de candidatos preocupados com a privacidade online.
Ainda não há previsão de que a medida seja estendida a outros tipos de visto, como os de turismo (B-2) ou trabalho (H-1B). Por enquanto, a exigência está restrita aos solicitantes dos vistos estudantis.
Da redação Mídia News