Nem Bolsonaro e nem Lula…Brasileiros demonstram apoio crescente a “outsider” nas eleições de 2026, mostra pesquisa Quaest
Levantamento revela que 23% dos eleitores preferem votar em candidato fora do sistema tradicional, em um contexto de rejeição a Lula e ao ex-presidente Jair Bolsonaro e busca por renovação no cenário político nacional.

À medida que o Brasil se aproxima das eleições presidenciais de 2026, cresce a disposição do eleitorado em romper com a polarização clássica entre o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo a mais recente pesquisa realizada pelo instituto Genial Investments em parceria com o instituto Quaest, 23% dos brasileiros acreditam que a melhor alternativa para o país “seria alguém de fora da política”. Diário de São Paulo
Descontentamento e desejo por renovação
O levantamento, realizado entre 2 e 5 de outubro com 2.004 eleitores em todos os estados, evidencia uma tendência de ruptura: apenas 33% avaliam que Lula representaria a melhor opção — apesar de o índice de aprovação ter crescido em relação ao início do ano —, enquanto a parcela que hoje prefere “um nome fora da política” se mantém relevante e estável na casa de 23%. Outras opções, como “outro candidato de direita” ou “outro candidato de esquerda”, ficam bem abaixo e somam aproximadamente 19% do total. Diário de São Paulo
Esse cenário reflete um desalinhamento com os dois principais protagonistas do debate político. O ex-presidente Bolsonaro segue inelegível até 2030, motivando 76% dos brasileiros a desejarem que ele apoie outro nome, e 65% defendem que ele retire a pré-candidatura. UOL Notícias+1
Rejeição em níveis recordes
A oposição a uma reeleição de Lula aumenta nesse contexto: mais da metade dos entrevistados acredita que ele não deve concorrer em 2026 — 56% são contrários à continuidade —, e 44% têm mais medo de Bolsonaro voltar ao poder do que da manutenção do petista no governo. JC
A rejeição a ambos ultrapassa 60%, deixando claro que a maioria dos eleitores está insatisfeita com o embate tradicional e aberta a propostas diferentes. É nesse ambiente que a opção por uma figura “externa” se fortalece — o perfil mais desejado de candidato, segundo analistas, é alguém ligado à inovação e à transformação política, sem passado partidário, capaz de unir pautas sociais e econômicas.
O espaço para um “terceiro caminho”
Estados Unidos e França são exemplos recentes de que a ascensão de outsiders — como Donald Trump e Emmanuel Macron — pode transformar o sistema político e abrir caminho para uma nova forma de liderança. No Brasil, esse fenômeno começa a se desenhar nas projeções eleitorais: nomes de influenciadores digitais, empresários e líderes de movimentos sociais têm crescido em lembrança espontânea, ainda que com baixo comprometimento eleitoral imediato.
A pesquisa revela ainda um empate no segundo turno entre Lula e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com 41% para o petista e 40% para o republicano — um sinal de que o eleitorado pode estar disposto a testar alternativas inéditas caso se sintam representados. CBN
Rumo ao futuro político
Analistas veem esse movimento como reflexo de uma crise de representatividade e de expectativas frustradas com a política tradicional. Com índices de conhecimento e rejeição oscilando entre os principais pré-candidatos, espaços surgem para os chamados “outsiders” se tornarem protagonistas.
A eleição de 2026 promete, assim, não ser apenas uma disputa entre continuação e ruptura, mas também um teste sobre a capacidade da democracia brasileira de se reinventar. A pesquisa da Quaest mostra que há campo fértil para isso — e que 2026 pode ser o início de um novo ciclo político.
Da redação Midia News