
A rede de lojas Havan informou ter registrado um aumento recorde no número de furtos e arrombamentos em suas unidades, após uma decisão judicial proibir a divulgação dos vídeos de videomonitoramento que flagravam os crimes. A empresa, que publicava as imagens em uma série nas redes sociais intitulada “Amostradinhos do Mês”, alega que o veto imposto pela Justiça, motivado por questões relacionadas à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o direito à privacidade, desestimulou a repressão e impulsionou a ação de criminosos.
Segundo dados da varejista, o crescimento dos delitos foi expressivo, com um número de ocorrências em um único mês que se aproximou da metade do total registrado em todo o ano anterior. O empresário Luciano Hang, dono da Havan, atribuiu a elevação diretamente à proibição de expor os rostos dos envolvidos, mesmo mantendo o monitoramento 24 horas e o registro de Boletins de Ocorrência.
A polêmica levanta um debate sobre o equilíbrio entre a segurança patrimonial das empresas e o direito à imagem e privacidade dos indivíduos, mesmo aqueles flagrados cometendo crimes. Enquanto a Havan defendia a exposição como medida preventiva e de “justiça” pública, órgãos como o Ministério Público de Santa Catarina e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) intervieram, argumentando que a divulgação sem consentimento viola a LGPD, já que as imagens são consideradas dados pessoais.
Da redação Midia News