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PERTENCIMENTO

No limite da minha insignificante erudição e da minha pobre e humilde poética, venho falando, ouvindo, rascunhando e lendo sobre o Pantanal e o Pantaneiro.

Devo dizer que há tempos acompanho, encantado, os vídeos e as narrativas produzidas na fazenda São Bento da Marajoara , dos Bachi, tradicional familia pantaneira.

Imagens belíssimas e textos impecáveis sobre o dia a dia de uma propriedade realmente habitada e dirigida por seus legítimos donos.E, — meu caro, paciente e magnânimo leitor — , é necessário admitir que poucos conseguem tal proeza.

Pois, se no passado isso era uma exigência do isolamento em que se vivia nestas planícies, hoje a burocracia estatal e as mutantes legislações que nos oprimem, nos tornaram fazendeiros urbanos, tal a necessidade de uma permanente atuação em defesa de nossos interesses.

Destaco alguns trechos daquele magnífico trabalho.

“Pantanal não é rótulo, é raiz.”
Nesta simples frase, a meu ver, reside a perfeita definição da mais profunda simbiose que poderia existir entre um território e seus habitantes. Raiz porque se confudem terra e gente.Uma fincada na outra que a sustenta.Assim se doam e se protegem.Essa tem sido a história que marca esta gente e o seu lugar.

” Aqui, Sustentabilidade tem nome, tem rosto, tem luta, tem protocolo empírico, tem raiz.”

Com quase noventa por cento de seu território preservado, o Pantanal é o bioma mais conservado do País consequência dos protocolos empíricos criados e firmados no dia a dia do aprendizado com o meio ambiente, que possibilitaram hoje, que pudessemos exibir para o mundo esta realidade única: – No seu mais amplo entendimento, traduz a íntima conexão do Homem com a Natureza.

Assim sendo, “Pantanal não é estética, é existência”. Por isso a plena” consciência de nossa própria ancestralidade” e do pleno direito e do dever de aqui ficarmos como seus legítimos habitantes e defensores.

Que bela e significante participação vem dando a familia Bachi na luta pela valorização da nossa história.Exemplo para todos nós.

Termino aqui, para explicar o título deste pretencioso texto, citando o pantaneiro Armando Lacerda, que um certo dia, da lonjura do seu Porto São Pedro, às margens do Rio Paraguai, em momento iluminado, chamou a tudo isto de “Pertencimento”.

Corumbá 29/10/25Manoel Martins de Almeida

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