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Como o Instagram influencia a autoestima dos jovens

Um dos principais fatores é a comparação constante

O Instagram se consolidou como uma das redes sociais mais utilizadas no mundo, especialmente entre os jovens. Seu formato, fortemente visual, privilegia imagens editadas, vídeos curtos e uma dinâmica rápida de consumo de conteúdo. No entanto, essa mesma característica, que o torna tão atrativo, também gera efeitos profundos na forma como os adolescentes e jovens adultos constroem sua percepção de si mesmos e sua autoestima. A rede, que muitas vezes funciona como um espelho distorcido da realidade, influencia diretamente como eles se enxergam e como acreditam que são vistos pelos outros.

Um dos principais fatores é a comparação constante. O feed e os stories exibem, em geral, os melhores momentos da vida das pessoas: viagens, corpos definidos, relacionamentos idealizados, conquistas profissionais e sociais. Para um jovem em formação, que ainda busca sua identidade e validação externa, isso pode provocar um senso de inadequação e a falsa impressão de que todos ao seu redor vivem vidas perfeitas. A lógica do “curtidas como validação” também intensifica esse processo, já que muitos passam a medir seu valor pessoal pelo número de seguidores ou reações que recebem. Essa busca por aprovação virtual, em vez de fortalecer a autoconfiança, frequentemente a fragiliza, gerando ansiedade e insegurança.

Outro aspecto é o impacto dos filtros e edições de imagem. Recursos que alteram traços físicos, afinam rostos, mudam proporções corporais e transformam a aparência se tornaram comuns e até normalizados. Para muitos jovens, a versão editada passa a parecer mais desejável que sua própria aparência real, criando um distanciamento entre a autoimagem e a imagem idealizada que apresentam online. Esse fenômeno, conhecido como “dismorfia do Instagram”, já vem sendo estudado por psicólogos, pois pode desencadear baixa autoestima, obsessão com imperfeições e até transtornos alimentares.

Além disso, há o fator da pressão social. Estar constantemente exposto ao olhar público, seja de amigos, colegas ou até desconhecidos, pode gerar um sentimento de vigilância permanente. O jovem sente que precisa estar sempre bonito, atualizado e produzindo conteúdo interessante. Essa cobrança invisível, mas presente em cada postagem, reforça a ideia de que ser aceito depende da performance digital, aumentando os níveis de estresse e prejudicando a saúde emocional. Ao mesmo tempo, o medo de não estar à altura pode levar à exclusão social ou ao isolamento.

Por outro lado, é importante destacar que o Instagram não exerce apenas influência negativa. Quando usado de forma consciente, também pode fortalecer a autoestima. Muitos jovens encontram na plataforma um espaço para expressar sua criatividade, compartilhar conquistas, defender causas e se conectar com pessoas com interesses semelhantes. Páginas que valorizam a diversidade, movimentos de auto aceitação e influenciadores que pregam autenticidade oferecem contrapontos importantes ao padrão inalcançável de perfeição. Para alguns, o Instagram se torna uma ferramenta de empoderamento, onde podem mostrar sua voz, talento e individualidade.

O impacto da rede, portanto, depende muito da forma como é utilizada e do tipo de conteúdo consumido. Jovens que seguem perfis com mensagens positivas, realistas e construtivas tendem a sentir efeitos mais leves e até benéficos, enquanto aqueles que se cercam de comparações tóxicas, padrões inalcançáveis e competição constante são os mais afetados negativamente. Nesse sentido, a educação digital e o desenvolvimento de senso crítico são fundamentais para equilibrar os efeitos do Instagram na autoestima.  Baixar video Instagram

Em resumo, o Instagram funciona como uma faca de dois gumes para os jovens. De um lado, pode oferecer inspiração, conexão e expressão pessoal; de outro, pode estimular inseguranças, comparações prejudiciais e dependência de validação externa. Entender esses mecanismos é essencial para que pais, educadores e os próprios jovens possam lidar melhor com a influência dessa rede, aprendendo a filtrar o conteúdo, a valorizar a autenticidade e, principalmente, a não deixar que o número de curtidas defina seu valor pessoal.

Fonte: Izabelly Mendes

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