
A prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro desencadeou uma onda de insatisfação entre setores das Forças Armadas, especialmente entre militares da reserva e parte da ativa, que veem o episódio como um agravamento das tensões políticas no país. Conforme relatos de oficiais que pediram anonimato, cresce o incômodo com o que classificam como “postura passiva” do comando do Exército diante dos desdobramentos do caso.
Entre os quadros mais conservadores, a percepção é de que a falta de reação institucional evidencia uma ruptura entre a alta cúpula militar e segmentos que, nos últimos anos, estiveram mais alinhados ao discurso do ex-presidente. Alguns militares afirmam que a prisão teria provocado “clima de frustração e revolta” em unidades pelo país, embora não haja qualquer sinal público de movimento organizado ou de tentativa de contestação.
O comando do Exército, por sua vez, tem reforçado internamente a necessidade de preservar a disciplina, a hierarquia e o respeito às instituições, tentando evitar que manifestações individuais se transformem em ruídos políticos. Oficiais próximos ao alto escalão afirmam que a instituição não pretende se envolver em disputas que extrapolem sua função constitucional.
Especialistas em defesa avaliam que o episódio expõe um desgaste latente desde o período pós-eleições de 2022, quando parte da corporação se viu dividida em meio a pressões políticas externas. Agora, com a prisão de Bolsonaro, esse tensionamento volta a ganhar força, embora a cúpula militar trabalhe para manter estabilidade e distância de crises políticas.
Da redação Mídia News





