A desocupação humana das partes de baixo das pontes de vazante também se reveste de extrema necessidade…
Nesses pontos de passagem (pontes) já existentes, poderia se deixar a vegetação NATIVA avançar pela faixa de domínio até o leito da estrada, como que induzindo a fauna a procurá-las.
Em outros países é uma prática usual, integrar-se a estrada à natureza, com pontos de passagem para a fauna.
Há muitos que imaginam serem as estradas e suas faixas de domínio, verdadeiros corredores ecológicos e quando a estrada pareceu ser dominada pela vegetação, passaram a impedir, por absoluta ignorância, a limpeza que manteria a segurança de animais e gente.
Agora, praticam a necrofilia, contando os animais mortos e fazendo escandalosas acusações subidos nesses despojos fúnebres como se estivessem num Parque, esquecendo-se do seu papel determinante na construção do fato e da situação, levantando o dedo acusador para os usuários que, infelizmente, também perecem juntos.
Reparem que na construção da BR 262,
inconscientemente, já foram feitos em alguns trechos, nos antigos acessos às caixas de empréstimo, acessos que ao longo dos anos ficaram vegetados nas subidas ao aterro, bom indicativo para novas passagens de fauna.
Nada mais urgente e necessário do que retornar a limpeza, retomando a beleza e segurança dos primeiros anos, voltando a estrada da morte a ser a passarela da vida e da natureza, com animais e veículos cuidando-se dentra da verdadeira solidariedade pantaneira e compartilhando com segurança mútua o mesmo espaço, mesmo que seja uma moderna estrada…
Quem já presenciou animais desesperados, indo e voltando nos alambrados, sem achar a saída que aos humanos parece óbvia, com certeza também desaconselham cercas, que mais prendem do que libertam animais…
Não mais este sombrio tunel verde, agravado pela vegetação invasora Leucena mexicana, verdadeiro corredor da morte anunciada, diária e noturnamente para bichos e gente…
O Pantanal não impõe, só expõe com óbvia clareza.
Armando LacerdaPorto São Pedro