ArtigoNotícias

Cultura empírica versus dogmas importados

Insistem em divulgar nas mídias, em nome de etéreas entidades civis, afirmando ser hora estratégica (democrática?) para defender o Pantanal, objetivamente tentando dinamitar as possíveis pontes que, milagrosamente, passaram a ser construídas, sobretudo sobre os perigosos corixos onde nadam mitológicos monstros predadores, cegos por seus próprios interesses…

Permaneceram ao menos, protegidas nessa travessia, como traias numa pelota, as obviedades mais notórias das insistentes e precárias tentativas dos pantaneiros serem ouvidos na Política, na Academia e nas Ciências…

Conseguiram ressalvar (finalmente) as propriedades pantaneiras que não pretendem formar ou substituir pastagens, como merecedoras prioritárias de obterem algum tipo de alvissareiro crédito ou isenção tributária.

Foi auspicioso também, após insistência inicial, esconderem que o projeto das PCHs são a solução do PCBAP – Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai Pacbap, como forma viável economicamente de reter sedimentos no Planalto, substituídas pela já desgastada narrativa anti Hidrovia Paraguai Paraná…

No mais, só argumentos ” de autoridade” disseminados por notórios “lobbies” empresariais, espoliadores e expropriadores…

Desqualificar o estudo de sustentabilidade sócio econômica da Fesalq colocando-o como simples disputa entre percentuais “comprados” versus “gratuitos” da Embrapa Pantanal, desmerecem a diferença, jamais negada, entre os objetivos científicos distintos de ambos os trabalhos e a verdadeira Ciência neles contida.

Mais do que o negacionismo de um Pantanal caracterizado por notórias diferenças entre suas várias regiões, clamam aos céus que também existem custos significativos alocados para as horas de trabalho de renomados pesquisadores, deslocamentos, máquinas, veiculos e equipamentos utilizados pela Embrapa Pantanal, na consolidação de um percentual mediano de 35%, de cunho eminentemente ambiental !

Significa outrossim, um terraplanismo raso, com mitos, platitudes e lugares comuns, no combate inglório de que a histórica e comprovada sustentabilidade econômica da pecuária no Pantanal, não seria a principal e meritória razão de sua perenidade e conservação até os dias atuais…

O relatório da ABRAMPA, repetindo argumentos falaciosos da carta denúncia da notória SOS Pantanal, umbilicalmente ligada à Estância Caiman, onde, a qualquer tempo, poderia ser verificado, que os percentuais de desmatamento, aterros e estradas internas são infinitamente superiores aos percentuais que combatem tão ferozmente no Pantanal…

Estaria, por conta de um percentual acima dos 35% preconizados, o mais badalado destino mundial do ambientalismo remunerado, tão destruído como insistem em afirmar nas catastróficas previsões para o Pantanal?

Após repetitivos e calcinadores incêndios fazendo morada em áreas “protegidas no papel” que talvez tenham contribuído um pouco na mutação de suas hipócritas afirmações midiáticas, insistem em manter esta cínica tentativa de imposição de mais restrições prepotentemente injustificadas, tanto ao Pantanal como aos pantaneiros…

Quando e onde a Política, a Ciência, a Academia e o Terceiro Setor quiserem interagir com a realidade dos pantaneiros, eles estarão sempre prontos, mas expondo com clareza e humildade seu conhecimento empírico, nunca impondo fanaticamente, fantasiosos dogmas ou sofismas…

Armando LacerdaPorto São Pedro

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo