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Pantaneiros seguem rumos e abrem caminhos no cipoal legisferante

Pantaneiro verdadeiro corta grande e abre longe, tanto se aplica a um bom espeto de paleta, como ao fato de que os pantaneiros sempre seguem os rumos que sua intuição indica, daí conhecerem como abrir caminhos viáveis, na seca e na cheia, aptos a virarem estradas se quem vier depois, tiver o bom senso de segui-los.

Na Lei do Pantanal, ousamos apontar rumos, que nem sempre serão seguidos de imediato, mas um dia, no futuro, se quiserem chegar à verdadeira sustentabilidade do Pantanal, terão fatalmente de acompanha-los.

Sempre dissemos que o Pantanal somente expõe, nunca impõe, pois a sentidos urbanos não se consegue explicar a intuição baseada na experiência e no inconsciente coletivo acumulado por séculos.

Vai daí, que carece de importância determinados choques de visões de mundo parciais e até risíveis quando confrontadas com uma previsão ancorada num mínimo de conhecimento empírico acumulado.

Proibir confinamento choca-se com os “Marabohos” ou os milenares capões de aterro dos índios, que fabricavam locais de confinamento para passarem as enchentes, ainda temos bananais e cachuazais , nesses locais, onde plantavam frutas e a imprescindível lenha de cachuá , a árvore que queima verde.

Temos certeza que ainda haverá um aterro em cada casa de ribeirinho, quando dragarem os nossos assoreados rios, onde confinarão suas criações alimentados , com o capim segado e fenado das reservas tipo SNUC, única forma de mitigar tanto acúmulo de material vegetal combustível.

Pode-se aceitar encomenda para a Lei tentar proibir o corte de manduvi, que, tal como os caixotes de ouro, nada mudaram na vida das araras e sua simbiose com a pecuária, manduvi só servia aos bandeirantes e às monções para construirem rapidamente uma canoa descartável para substituição de alguma perda… Importante! Jamais poderia ser oca, portanto jamais conteria ninhos, a abundância maior das araras no Paiaguás, onde não foram “salvas” por projetos festejados, endossa sobejamente tal conclusão.

O bajulatório apoio à proibição de pulverização aérea por parte do conhecido Instituto, que mais lucrou com a fabricação desta “crise” no Pantanal, deve ter frustrado nosso Corpo de Bombeiros e o Governo do Estado, haja vista o grandioso investimento em aeronaves pulverizadoras e formação de especialistas, bastaria a nosso ver, proibir fazerem pistas longe das reservas e no vão de morros, pois aviões agrícolas bem utilizados seriam componente imprescindível na mitigação de incêndios desde que privilegiem a pulverização de água em APPs ainda não queimadas.

Por outro ângulo jamais se conciliariam os estáticos interesses de improdutivos Institutos ambientalistas com produtores de pecuária e natureza, alegando que os pantaneiros tradicionais não conseguem entender algo como o créditos de carbono e acesso a fundos de natureza.

A proibição de culturas como soja visam, assim como Fundos, Créditos de Carbono e Prestação de Serviços Ambientais, inventar uma “interpretação criativa” para embretar o acesso dos pantaneiros, via o curral do cartório das ongs ligadas à folclóricas figuras da Avenida Faria Lima .

Só deixamos de fechar novos contratos de aluguel de cotas de compensação de reserva legal com agricultores de soja, quando passamos a ser interceptados por interesse de ongs e Parques, venderem áreas gravadas perpetuamente, recebendo-as de volta como “doação”, talvez troco a troco, ou troca troca, que não se repita na Lei do Pantanal, o vexame de Leis como Inhotins e Teresocas.

Essas transações deveriam ser objeto de estrita vigilância pelos órgãos de controle de atividades financeiras de compra e venda, mormente na faixa de fronteira, o Pantanal tem que realizar um esforço enorme, para abrir varadores e caminhos no cipoal que os expropriadores e espoliadores vão espalhando pelo caminho.

O fundamental será sempre os pantaneiros manterem e sustentarem o foco no rumo da viabilidade e perenização da sustentabilidade ambiental histórica do Pantanal.

Armando LacerdaPorto São Pedro

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