
No último sábado, o evento Cria G20 reuniu influenciadores digitais e ativistas para debater a desinformação, tema que tem sido utilizado amplamente como ponto de mobilização para figuras e agendas de cunho progressista. A presença do influenciador Felipe Neto como um dos principais debatedores ilustra o alinhamento dessa discussão com setores que defendem maior regulamentação das mídias e que frequentemente se posicionam como bastiões da verdade em um cenário polarizado.
Felipe Neto, conhecido por sua postura politizada e por criticar fortemente movimentos conservadores, destacou a importância da juventude na luta contra as “fake news”, apontando que os influenciadores devem se posicionar sem medo de represálias. O problema, porém, está no viés com que essa luta é apresentada. O combate à desinformação, um objetivo nobre em essência, muitas vezes é moldado para deslegitimar opiniões e narrativas contrárias às agendas progressistas, rotulando-as indiscriminadamente como “discurso de ódio” ou “teoria da conspiração”.
O evento reforçou a ideia de regulamentação das plataformas digitais, tema que desperta preocupação sob a ótica conservadora. A proposta de que o lucro das plataformas seja subordinado a uma suposta regulação “em prol da verdade” pode se traduzir em censura disfarçada de zelo pela integridade da informação. A regulação, em muitos casos, oferece riscos significativos à liberdade de expressão e ao pluralismo de ideias, princípios fundamentais de uma democracia saudável.
Além disso, o evento contou com a participação de Humberto Ribeiro, cofundador do Sleeping Giants Brasil, grupo que historicamente tem pressionado empresas a retirarem patrocínio de veículos e influenciadores associados à direita. Isso reforça a visão de que a cruzada contra a desinformação não é isenta, mas direcionada a silenciar vozes dissidentes em nome de um suposto bem maior.
A crítica de Felipe Neto à dificuldade de distinção entre notícia e opinião é um ponto que merece reflexão. De fato, há um problema crescente em veículos tradicionais que publicam análises enviesadas disfarçadas de jornalismo neutro. No entanto, quando a educação midiática e a conscientização são tratadas unilateralmente, com uma agenda que favorece apenas um lado do espectro político, o remédio se torna parte da doença.
Este é um artigo de opinião que oferece uma análise crítica sobre um evento recente, refletindo interpretações e considerações pessoais do autor a respeito dos fatos apresentados.