Durante uma visita à fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, na região do ABC paulista, na sexta-feira (2/2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez comentários que poderiam ser vistos como preconceituosos sobre uma jovem aprendiz negra da companhia. Ele mencionou que “afrodescendente gosta do batuque de um tambor”.
Lula trouxe a jovem ao palco para apresentá-la como “a mais importante aprendiz” da Volkswagen, depois de mencionar várias inaugurações de institutos federais novos para treinamento técnico. A identidade da mulher não foi revelada.
“Essa menina bonita que está aqui, eu estava perguntando: o que faz essa moça sentada, que eu não ouvi ninguém falar o nome dela? Falei: ‘É cantora? Vai cantar?’. Não, não vai ter música. ‘Então, vai batucar alguma coisa? Porque uma afrodescendente assim gosta do batuque de um tambor.’ Também não é. ‘Nossa, então é namorada de alguém?’. Também não é. Então, quem é essa moça? Essa moça é a mais importante aprendiz dessa empresa e ganhou um prêmio na Alemanha. É isso que nós queremos fazer para as pessoas neste país”, disse Lula.
O presidente enumerou várias oportunidades que pretende oferecer aos jovens durante seu mandato, como a batalha contra a desistência escolar. Mais uma vez, fez “brincadeiras” com a jovem negra que, aos olhos da esquerda identitária, poderiam ser vistas como preconceituosas.
“Eu, se eu pudesse, eu perguntava: quer namorar comigo? Não, ela não quer. Ela não quer porque tem coisa melhor no mercado e eu também não quero, porque eu tenho a Janja. E a Janja vai ficar brava com você”, disse.
Em seguida, Lula advogou pela autonomia das mulheres e afirmou que apenas através da educação o futuro pode ser construído.
“Vocês [todos] não nascem para trabalhar só para poder comer. Vocês têm de ter um futuro na vida de vocês, e o futuro é na educação. Aprender uma profissão para que a mulher seja mais independente. A mulher não pode viver com um homem a troco de um prato de comida. A mulher tem que viver com um homem porque ela ama esse homem e ele respeita ela. É assim que a gente quer a vida”, afirmou.