Durante o primeiro ano da deputada Helena Lima, do MDB de Roraima, na Câmara, o governo Lula firmou contratos que somam pelo menos R$ 53,3 milhões com uma empresa pertencente ao seu marido, de acordo com o portal Metrópoles. A deputada, que é uma das fundadoras da Voare Táxi Aéreo, tem sua filha como proprietária de uma das divisões da empresa.
Em 2023, a Voare, sob a gestão de Renildo Lima, estabeleceu cinco contratos para fornecimento de aeronaves e serviço de táxi aéreo para o governo federal. Destes, dois foram firmados com o Exército, dois com a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e um com o Ministério da Saúde.
A companhia recebeu um repasse de R$ 53,3 milhões, conforme relatado pelo Metrópoles, o que significou um aumento significativo em seu faturamento com fundos federais. Segundo o Portal da Transparência, este foi o segundo maior valor arrecadado em um período de 14 anos.
Apenas no ano de 2021 a Voare obteve um faturamento superior, ao firmar contratos no valor de R$ 87,9 milhões com o governo federal. Durante quatro anos especificamente – 2011, 2016, 2017 e 2018 – a companhia não realizou nenhum acordo comercial com o Executivo.
Helena Lima participou de sua primeira corrida eleitoral em 2022, sendo eleita como Helena da Asatur, nome que faz referência a uma divisão da Voare. Segundo o Metrópoles, sua filha Eduarda Lima é a proprietária da Asatur e seu marido é parceiro de negócios na empresa. Helena tem uma relação próxima com Romero Jucá, que foi ministro durante os primeiros mandatos de Lula e durante o governo de Michel Temer.
Distribuição de Cestas Básicas na Terra Indígena Yanomami
Segundo o portal, a Voare demonstrou interesse numa isenção emergencial de licitação do Ministério dos Povos Indígenas, lançada no dia 5 passado. O objetivo do projeto é obter aeronaves para distribuição de cestas básicas na Terra Indígena Yanomami.
No ano passado, em janeiro, foi relatado pelo Metrópoles que o Distrito Sanitário Especial Indígena Yanomami, ligado ao Ministério da Saúde, utilizou 67% de seu orçamento na Voare, o que corresponde a um gasto de R$ 41 milhões.
Helena Lima, deputada, declarou em uma nota para o portal que não existe nenhuma ligação entre a empresa e seu mandato. Ela se desvinculou como sócia da Voare em dezembro de 2022, pouco tempo antes de sua posse na Câmara dos Deputados, conforme afirmou.
“Desde então, (ela) tem se dedicado ao trabalho como deputada federal e aos interesses que dizem respeito a Roraima.”
Quando solicitada a fornecer explicações, a Voare afirmou que opera independentemente da deputada e é reconhecida por sua “seriedade e transparência”.
As informações são da Revista Oeste.
