De acordo com a imprensa francesa, Jair Bolsonaro, antigo chefe de Estado brasileiro, exibiu poder e apelo popular entre seus seguidores ao congregar milhares de defensores na Avenida Paulista, em São Paulo, no último domingo (25/02). O repórter do Le Monde em São Paulo, Bruno Meyerfeld, notou que uma multidão relevante de adeptos do líder conservador respondeu ao convite.
Em relação à grande quantidade de bandeiras israelenses observadas na avenida Paulista, o jornal francês explica que os evangélicos conservadores são fervorosos defensores do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Eles teriam se sentido ultrajados com os comentários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez recentemente uma comparação entre a guerra em Gaza e o Holocausto.
De acordo com o Le Monde, o discurso de Bolsonaro foi caracterizado como “desarticulado e desajeitado”. A respeito da suspeita de uma tentativa de golpe, o ex-presidente assegurou que não houve a presença de tanques nas ruas. “O que é um golpe de Estado? Tanques nas ruas, armas, conspirações. Nada disso aconteceu no Brasil”, argumentou Jair Bolsonaro, descrito pelo meio de comunicação como defendendo essa ideia “dolorosamente”.
O Le Monde continua, afirmando que “Bolsonaro”, que estava “pouco inspirado”, chegou a admitir publicamente a existência do esboço de um golpe, que estabeleceria um estado de sítio. Ele ainda salientou que a proposta teria que ser aprovada por uma votação do Parlamento.