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Barroso: ‘Precisamos combater a captura da religião para servir a causas políticas’

Presidente do STF defendeu ainda a descriminalização do aborto

Nesta sexta-feira, 8, Luís Roberto Barroso, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que é necessário “combater a captura da religião para servir a causas políticas”.

Segundo o magistrado do STF, é necessário também combater “a instrumentalização de líderes religiosos para captar votos e dizer ‘o meu adversário é o demônio, quem votar nele não vai para o céu’”. “É uma forma bárbara, anti-cristã, de lidar com a religião”, disse durante uma aula magna na PUC-Rio, em celebração ao Dia Internacional das Mulheres.

“Fiquei imaginando que estranha mistura seria essa da religião com ódio, porque a religião verdadeira é o oposto do ódio, da violência”, observou Barroso. “É a capacidade de lidar com o outro, mesmo quando ele tiver um comportamento absurdo, para compreendê-lo e convertê-lo.”

Barroso comentou ainda a descriminalização do aborto

Após se declarar feminista, Barroso expressou apoio à descriminalização do aborto.

“Quem acompanha minha vida, no STF, saberá que minha secretária-geral é uma mulher, que a minha secretária-geral no CNJ é uma mulher, minha chefe de gabinete é uma mulher”, disse. “Portanto, na minha vida e no meu gabinete, vivemos um matriarcado, e há dias nos quais me sinto oprimido.”

Segundo o presidente do STF, é essencial difundir a campanha para descriminalizar a interrupção da gravidez, pois “tem de ser difundida para a gente poder votar isso no Supremo”. Isso porque a sociedade não entende do que se trata. De acordo com o juiz do STF, a questão não é defender o aborto, mas, sim, de “enfrentar esse problema de uma forma mais inteligente”.
As informações são da Revista Oeste

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