
Em maio de 2023, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, já havia expressado críticas à Operação Lava Jato. Ele afirmou que a “tortura com o poder do Estado” foi praticada pelos procuradores e juízes envolvidos na operação, ao conduzirem delações premiadas.
Na terça-feira passada, dia 12, em entrevista à TV Brasil, o ministro novamente expressou críticas à operação. Nesta ocasião, Gilmar Mendes afirmou que a Lava Jato “fez um mal enorme às instituições”.
“Bem inspirada, talvez, no início, ela produziu uma série de distorções no sistema jurídico político”, afirmou o ministro. “Terminou como uma verdadeira organização criminosa.”
No ano passado, o juiz argumentou que soltar pessoas após uma delação era “uma vergonha”. “Não podemos ter esse tipo de ônus. Coisa de pervertidos”, exclamou Gilmar Mendes. “Claramente se tratava de prática de tortura usando o poder do Estado.”
No contexto da Lava Jato, Gilmar Mendes desempenhou um papel crucial em decisões que determinaram o curso da operação, cujo foco eram indivíduos envolvidos em “corrupção”.
Silêncio de Gilmar Mendes sobre possibilidade de anulação de delação de Mauro Cid pela Polícia Federal
Ainda não houve comentários por parte de Gilmar Mendes sobre a possibilidade de a delação premiada feita pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência da República, ser anulada pela Polícia Federal (PF). Em gravações, o militar expressa críticas à PF e ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.
As gravações divulgadas pela Veja revelam a decepção de Cid em relação à atitude de Moraes. Conforme o militar, o ministro já determinou a condenação dos apoiadores do ex-presidente.