O “Monitor do Fogo”, uma iniciativa do MapBiomas Fogo coordenada pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), revelou dados alarmantes em fevereiro de 2024. O Brasil viu um aumento de 410% nos incêndios em relação ao mesmo mês do ano anterior, afetando 950 mil hectares.
A devastação predominante, aproximadamente 79%, aconteceu em vegetação nativa, sendo a Amazônia e o Cerrado os biomas mais afetados nas estatísticas. Em fevereiro, esses dois biomas contabilizaram 750 mil hectares de terra incendiada. Desde o começo do ano, o Brasil já teve uma perda de 1,98 milhão de hectares devido aos incêndios, mostrando um crescimento de 319% comparado ao mesmo intervalo de tempo do ano anterior. Roraima, Pará e Amazonas são os estados mais prejudicados, correspondendo a 85% do total de destruição em 2024.
Roraima se sobressai com a queima de 1 milhão de hectares, o que representa mais da metade do total registrado no país. “A escalada de incêndios em Roraima tem ligação direta com a seca prolongada, intensificada pelo El Niño”, declara Felipe Martenexen, do Ipam. No que se refere à Amazônia, os dados são ainda mais alarmantes: 93% da área atingida por incêndios no Brasil no início deste ano estava lá, com um registro de 898 mil hectares afetados em fevereiro – o pior índice para o mês desde a implementação do Monitor do Fogo em 2019.
