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Pantanal expõe: Vamos resetar velhos preconceitos?

Existem determinados programas de televisão que se especializaram em manipular emoções, usando palavras tecla como “fazendeiro” que, desde a entonação da repórter, visam induzir imediata sobrecarga sensoria, ao ativar emoções que levam os receptores, completamente alheios ao universo rural, a agir por impulso condicionado..

Em verdade, quando as imagens deixam dúvida quanto ao enunciado, a especialista sabe argumentar usando o medo, anunciando catástrofes imediatas, levando o incauto a reagir com a força dos pré conceitos integrantes de sua própria zona de conforto.

No Pantanal, subindo o Rio Paraguai desde Corumbá, até o Rio São Lourenço, podemos observar as matas ciliares ( apps), transformadas num paliteiro apocalíptico de árvores mortas por devastadores incêndios, em ampla maioria turbinados por esterilização forçada em áreas tidas como “protegidas”.

O importante seria entender que todos os “fazendeiros” próximos a essas áreas “protegidas” sempre serão sujeito e objeto de alguma tentativa de linchamento virtual, não importa tratar-se de um campeão nacional mega transportador de derivados de petróleo, bastando enfatizar que suas atitudes de magnata, guardam semelhança às do simplório morador ribeirinho que detém poucos hectares ou a antiga fazendinha pantaneira, que para os descendentes do sofrido casal pioneiro, seria quase impossível desapegar-se emocionalmente…

Pantaneiro assiste enojado ao viés radical dessas campanhas que parecem fazer jogo dos expropriadores e espoliadores, e ao reler seus documentos vê que qualquer terra no Pantanal sempre estão escrituradas como “-terras pastais e lavradias”, lembrando que, quando se dá qualquer outra destinação econômica que o comprador porventura tenha omitido do vendedor no momento da negociação, sujeita-o a cominações legais, por má fé no abuso de informações.

Deveria constar na lavratura da escritura que o vendedor se declara ciente do valor ambiental da área transacionada, portanto poderia voluntariamente, abrir mão de eventuais valorações de outras possibilidades econômicas.

Sendo omissa essa cessão, caso o vendedor manifeste desinteresse, eventual lucro imobiliario intrínseco de bem agrícola para ambiental nessa transação, se ocorrer posteriormente deverá necessariamente ser direcionado em favor do Fundo Conjunto do Clima Pantanal .

Assistir passivamente à higienização forçada dos humildes pantaneiros, configurando que tais manobras, corriqueiras no universo empresarial , aproxima-se muito da situação das espécies invasoras exógenas que os mesmos tanto reverberam como causas da destruição de fauna e flora locais.

Pré condenadas a pena capital, em ruidosas campanhas a partir de setores governamentais, amplificando desejos subreptícios e manipulações de Institutos e organizações ditas não governamentais.

Imagem: Mauro Carvalho
Rio Taquari Velho

Depois do martelamento da previsão da maior seca do século, eis que o sistema de monitoramento empírico pantaneiro nos dá conta que neste abril de 2024 “-djá tchoveu e vai entchê”, bem como que com as águas que ainda insistem em descer pelo Taquari velho, tivemos a chegada de um grande lote de pirapitingas (piaractus brachypomum), mais uma espécie coalescente com o Pantanal, bem vinda ao ocupar os amplos espaços vazios que a sobrepesca já impôs à bacia pantaneira.

Sapo pantaneiro cornetando “especialistas” em prever secas catastrofistas, cumprindo o dever de saudar as águas de abril, chegando para molhar o Pantanal!

(Imagem disponibilizada por Edmilson Borracha, Canoagem MT)

Se não houver imediata campanha de reposição de alevinos das espécies nativas, quanto mais nichos ecológicos forem abertos pela manutenção da matança de peixes, mais espécies “invasores” aparecerão…

Alguns desses invasores, caso da leucena colonizando estradas, com os humanos e a fauna se matando quando trilham juntos esse caminho, ao se encontrar nos túneis de vegetação, que viraram verdadeiros corredores da morte.

O Pantanal reitera aos órgãos de Governos como MMAMC, MS e MT , que necessitamos, com urgência, dar um “reset” nesta inexorável celebração da omissão, oculta na obsoleta “proteção” até aqui entronizada e imposta como única alternativa, diante do urgente perigo de destruir o principal esteio de sua secular sustentabilidade: A cultura tradicional da pecuária pantaneira .

Armando Arruda LacerdaPorto São Pedro

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