Pedro acredita que a Globo tenta “impor” certos temas ao público, sem “pedir licença” para adentrar os lares. Ele argumenta que “É uma imposição de determinadas coisas e foi isso que quebrou as novelas, a perda desses valores e do entendimento de que a televisão é um convidado na casa das pessoas e convidado tem respeito pelo lar que está entrando”.
Vasconcelos enfatizou que a Globo não impedia os escritores de explorar diversos assuntos, no entanto, ele refletiu sobre a importância de adotar a comunicação mais eficaz. “Pode ser que aquela pessoa não gostasse de determinado assunto, então era preciso ter cuidado. Hoje parece que nos portamos diferente. Chegamos [e falamos] ‘vocês vão assistir isso aqui’. Peraí, cara, não é assim, você é convidado, não o dono da casa”.
Diretor, ao citar perda de qualidade das novelas da Globo, disse que a emissora é comandada por um adolescente. “Tem autores que tem mais delicadeza, habilidade e inteligência, porque [fazer novela] é inteligência de comunicação. Por isso falei que deve ter alguém com 12 anos cuidando de estratégia de comunicação [da emissora], porque se eu quero que o assunto seja bem recebido na casa do maior número de pessoas, se eu quero que as pessoas abram o coração, a cabeça e entendam que não importa a orientação sexual, mas o amor que as pessoas sentem por aquela pessoa, interessa que eu tenha amor, carinho, compreensão e afeto por aquela pessoa, então tenho que fazer isso de forma inteligente para ser bem recebido”.
Pedro Vasconcelos estreou na Globo como ator. Entretanto, ele se destacou como diretor e ficou à frente de projetos de sucesso na emissora, como “Sítio do Pica-pau Amarelo” e as novelas “Império” e “A Força do Querer”.