Na manhã de segunda-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou que a economia brasileira está vivendo um “momento extraordinário”. Ele fez essa afirmação enquanto anunciava um investimento de R$ 5,5 bilhões no ensino superior, o que permitirá a abertura de novos campi e a contratação de mais servidores.
O comunicado ocorreu após uma assembleia com os dirigentes de universidades e institutos federais, no contexto da paralisação dos professores e funcionários técnico-administrativos, que estão em greve em no mínimo 62 instituições desde abril. O encontro de Lula com os líderes foi duramente criticado por eles.
“Estamos vivendo um momento extraordinário no Brasil. Em quatro meses, nós criamos cerca 911 mil novos empregos formais. Mais do que em muitos anos. Voltamos a recuperar o poder de compra do salário mínimo e vimos a massa salarial crescer 11%. E estamos com um Novo PAC começando a funcionar. Estamos gerando um otimismo e mostrando que as coisas estão acontecendo para melhorar a vida das pessoas”, disse Lula durante o anúncio.
Lula também criticou o movimento grevista, afirmou que “se vocês analisarem o conjunto da obra, vocês vão perceber que não há muita razão para essa greve estar durando o que está durando, porque quem está perdendo não é o Lula, não é o reitor. Quem está perdendo é o Brasil e os estudantes brasileiros, isso precisa ser levado em conta”.
“Não é por 2%, 3%, 4%, que a gente fica a vida inteira em greve. Vamos ver os outros benefícios, vocês já tem noção do que foi oferecido? Porque no Brasil tá cheio de dirigente sindical que é corajoso para decretar uma greve, mas não tem coragem de acabar com a greve”, emendou.
Lula declarou que a quantidade de recursos disponibilizada pelo governo, incluindo o reajuste de 9% no último ano, as vantagens deste ano e a antecipação de aumentos futuros “não é recusável”. No entanto, os professores e servidores solicitam um aumento salarial adicional ainda este ano – 3,69%, além dos 9% já programados para janeiro de 2025 e dos 5,16% para 2026.
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), que representa mais de 70 mil professores no Brasil, condenou o fato de apenas os reitores terem sido convocados para a reunião com o presidente e caracterizou a ação como vergonhosa.
“Não vão ser os reitores e reitoras que vão nos tirar dessa greve. O que vai encerrar essa greve é um processo de negociação justo que a gente reivindica e é somente a base que vai deliberar sobre isso”, disse Jennifer Webb, primeira tesoureira da entidade.
As informações são da Gazeta do Povo