
No mês de setembro de 2023, o Banco do Brasil realizou um acordo no valor de R$ 600 milhões com o Grupo Caiman, colocando um fim em uma batalha judicial que se estendeu por 30 anos. Segundo uma matéria da revista Crusoé, a presidente Tarciana Medeiros, com o suporte de Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB) e de seu pai, Vital do Rêgo, do Tribunal de Contas da União (TCU), deu aval ao acordo de forma extremamente rápida.
Em 12 de setembro, a aprovação final foi dada pelo Conselho Diretor do banco. Foi emitido um alerta pelo departamento jurídico sobre a possibilidade do acordo ser percebido como uma “simulação para evitar débitos fiscais e trabalhistas”.
A família do empresário maranhense Antônio Celso Izar, que contava com Edison Lobão, ex-ministro de Lula e Dilma Rousseff, como sócio, é a maior beneficiária. A transação foi criticada por ex-executivos do banco e classificada como “imoral” devido ao seu valor.
Ainda havia oportunidades de recurso no processo, com um parecer do Ministério Público Federal favorável ao banco. Líderes políticos influentes pressionaram o Planalto para resolver a disputa e, em 2022, pediram demissões na alta liderança.
Irregularidades no acordo do Banco do Brasil
Os documentos que a Crusoé adquiriu indicam que o acordo pode ter enganado os credores, incluindo a União. Em disputa, duas empresas do Grupo Caiman participaram: a “Aimar Agroindustrial do Maranhão S/A”, com uma dívida de R$ 450 milhões, e a “Coopergraças”, que não tinha dívidas.
A fim de prevenir que os credores da Aimar absorvessem os R$ 600 milhões, o montante foi depositado na conta da Coopergraças. O banco ainda alegou que existia um sequestro de R$ 1,2 bilhão em benefício das empresas.