Adjetivar o pantanal de florestal, causa séria distopia, pois ou se é florestal ou se é pantanal, no Pantanal por ser o bioma dos biomas, tem de tudo, mas sem predominância florestal nas áreas úmidas ou secas, absurdo introduzido por arrogância importada em reservas compradas, tinham fé cega que tirar o boi, criava florestas.
Como a sabedoria local afirma que é impossível chegar a qualquer objetivo racional se o local de partida é um sofisma, a quem já sai perdido, impossível achar mesmo algum destino utópico.
O Pantanal segue sendo saqueado; expoliadores disfarçados de investidores ambientais buscam adquirir áreas até aqui submersas, de trabalhosa reativação para pecuária , feito quase impossível depois de décadas de inundações…
Portanto, desvalorizadas como terras pastais e lavradias , circunstância escritural de venda que configuraria legalmente transferência involuntária da propriedade, se o adquirente ocultar do vendedor outras qualidades que já quantificou antecipadamente…
Quando conhecidas quaisquer monetizações que não sejam terras pastais e lavradias para investimentos em pecuária tão necessária ao Pantanal, ocorrendo reservas higienistas e esterilizadas, em detrimento das populações e atividades sustentáveis do Pantanal; descartando exorcismos, seria caso de inquérito visando apurar se os vendedores não teriam sido vítimas de estelionato premeditado.
A desumanização trazida nesta nova temporada trágica de incêndios em terras recém adquiridas para serem “áreas protegidas” , além da monetização imediata aos detentores de espúrias informações privilegiadas, não podendo se descartar até a possibilidade de dolorosas oferendas sacrificiais em rituais pagãos, incinerando à vista de todos, a diabólica manutenção da ganância e do poder, no altar inocente da flora e fauna do Pantanal.
Os eventos denominados Pontes Pantaneiras, em boa hora chegaram ao Pantanal, a partir da University College, alicerçada no filósofo utilitarista Bentham, conectando pantaneiros legítimos a pesquisadores científicos e academia, cumprindo o óbvio conceito de seu fundador: -Uma ação só poderia ser considerada boa ou correta se proporcionasse mais felicidade do que dor.
Importante lembrarmos que, na guerra dos coureiros contrabandistas, os pantaneiros captaram integral atenção do Governador Wilson Martins, Secretário Aleixo Paraguassu, Coronel Adib Massad , Coronel Jofeli Carvalho, Dr Artur da Polícia Federal, demanda que culminou com a Operação Pantanal e a estratégica criação unânime da Polícia Militar Florestal, depois Polícia Militar Ambiental com o objetivo de proporcionar a paz e a segurança turbadas por atos ilícitos que, periodicamente, tentam ocupar estas Faixas de Fronteira.
Outra preocupação são os abusos cometidos por fiscalizações municipais, embriagadas por verdadeiro desvario de lavrar milhões em multas do Imposto Territorial Rural, agora realocados novamente para a Receita Federal, rogamos aos representantes políticos para que se atualizem pelo menos na planície pantaneira, os arcaicos conceitos de terra nua como improdutividade especulativa, legalmente isentas quando reconhecidas como AUR, Área de Uso Restrito do Pantanal,.
A falta de conhecimento destas especificidades do bioma, poderiam até incentivar desmate e cultivo para atingirem produtividade irreal, discurso esquizofrênico e ações deletérias, restando suspeição de direcionamento a propriedades situadas em áreas destinadas à formação de exóticos latifúndios ambientais
Toda esta crise do Pantanal leva-nos também a desconfiar de que existem muitos interessados na manutenção deste apocalíptico incêndio florestal, oportunidade para lacradores obterem seu quinhão de sinalização de virtudes ambientais e os espoliadores conseguirem replicar no Pantanal sua amoral lei da selva, onde nos enfraquecidos por cataclismas climáticos, triunfa o quem pode mais, chora menos…
Parecem ignorar o óbvio, que o desejo de conhecer dos segredos que tornaram o modelo de pecuária pantaneira tão sustentável, tratar-se de algo maior e mais importante que simples curiosidade, as mudanças climáticas já os transformaram numa urgente e prioritária necessidade de quaisquer agendas globais futuras.
Armando Arruda LacerdaPorto São Pedreo