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Investigação isenta esclarecerá incêndios nas áreas privadas, produtivas ou improdutivas do Pantanal

Nos dias atuais quando alguém expõe um argumento ou apresenta um assunto, existe um sofisma estratégico que já é tempo de parar de dominar e vencer tudo e todos sem ter nenhuma razão: A onipresente lacração.

Ela surge quando no calor da argumentação, um dos lados contendores aguarda uma escorregadela mesmo superficial em alguns dogmas correntes, para impor a lacração.

No Pantanal havia uma tradição de se coibir incêndios, não deixando acumular massa vegetal combustível, que virou lacração, a partir da manipulacao de uma armadilha burocrática, surgida da tentativa de normatização, com a possibilidade de projetos pedindo licenças que, quase nunca eram outorgadas.

Diante de qualquer possibilidade de fogo, o medo de lacração impunha copiosas manchetes anunciando proibição, primeira e inócua linha de combate, muitas laudas são consumidas atendendo especialistas ambientais, amaldiçoadores do diploma legal tido como incentivador da manutenção de uma fantasiosa e inexistente cultura tradicional do fogo no Pantanal.

Quando se montou uma estrutura de vigilância irregular particular tipo big brother, acreditavam que essa parafernália de câmeras serviria para culpabilizar a produção pecuária.como “tocadora” de fogo, amedrontamdo-os com a possibilidade de multas.

Escusado dizer que amendrontaram sim, mas se há uma coisa que a cultura pantaneira cultua é ” -Como diz o ditado: do pau que bate em Chico , Francisco também apanha…”

Num Pantanal conservado por ser melhor cuidado na imensa maioria de propriedades privadas, o fogo logo privilegiou as tais “áreas protegidas” e seu irresponsável acúmulo de material vegetal combustivel acumulado, focos vigiados por conectados peões e seus celulares; sem falar dos olhos atentos nos vôos que cruzam a região, privilegiados pontos de vista à moda dos tuiúius.

O domínio do conhecimento do terreno por pantaneiros, logo passaram a validar ou invalidar custosos relatórios ou Maps usando só tais imagens, pois eles conhecem quais tracinhos significam áreas de produção ou improdutivas, e qualquer investigação isenta comprovará quem lucra com o fire business e a desinformação vigentes….

Logo ficou claro que rotas de GPS são insuficientes para fazer alguém ir de um ponto A ao B, tão fácil e tão perto na tela, mas no hostil terreno do Pantanal dificilmente uma reta é o menor caminho entre dois pontos, a não ser que se disponha de asas para vencer obstáculos inesperados que o terreno hostil impõe.

Agora parece que até buscam ajuda externa, na verdade poderá virar um rotundo fiasco internacional, mesmo com esquadrilha de gigantescos aviões jogando água, se a ela não puder ser adicionado retardantes para este tipo específico de incêndio do Pantanal , onde ainda não perceberam que existem locais onde água vaporizada podem, ao invés de extinguir, alimentar incêndios.

Comprovamos que nas mais de uma centena de quilômetros das margens calcinadas do Rio Paraguai, na safra 2020 de incêndios, desconsideram a sugestão pantaneira de molhar essas matas para ativar o banco de sementes e não deixar se perder a reação da própria natureza ao incêndio.

Chamem cientistas e pesquisadores do porte Arnildo e Valli Pott para determinar quais as margens devem ser molhadas a partir dos rios para acelerar a recuperação e o companheiro Roberto Coelho da Fazenda San Francisco de Miranda, disponibiliza vasta coleção de modelos de barcos bombeiros equipados com canhões de água, indicados para margens de rios.

Quando conseguirmos impedir o fogo de saltitar de uma para outra margem dos rios como Paraguai e São Lourenço muitas vezes com largura três a quatro vezes maior do que o mais largos dos aceiros imaginados, equipamentos específicos como esses ajudarão de imediato a virar o jogo perdido dos incêndios no Pantanal.

Mas que isso não derive na lacração de especialistas em recuperar alguns poucos hectares com onerosas mudas doadas, para movimentar lucrativas fotografias, documentários, propaganda, melhores intenções nunca auditadas no seu custo benefício efetivo, insignificantes diante da magnitude geográfica do Pantanal.

Ao observar nova destruição das margens do Rio Paraguai, comprova-se que enquanto não conseguirmos molhar para deter ou minorar consequências, o fogo ficará passeando de Norte para Sul e vice versa, queimando daqui a alguns minutos ou horas ou durante 28 dias como vigora atualmente.

Quem não consegue fazer o menos que seria bombear a água de hum a três metros de altura e jogar a poucas dezenas de metros nas margens, começando desde a frente da cidade de Corumbá, como conseguirá proteger as APPs dos Parques Nacionais, Estaduais, RPPNs e latifúndios adquiridos para futura especulação ambiental improdutiva, por centenas de milhares de hectares?

Podemos esperar mais outros incêndios catastróficos enquanto não entendermos que controlar a ignição do oxigênio em acúmulo de material combustivel como nas reservas, parques e áreas improdutivas, seria tarefa impossível por sobre humana.

Dois casos seguidos de tentativa de MIF houve perda de controle e virou incêndio; que tal reavaliarmos e chamar os verdadeiros conhecedores dos terrenos locais, para interrompemos esta inútil sequência de maligna submissão a condições desumanas aos valorosos Bombeiros Militares?

Quanto maior o heroísmo e o sacrifício deles exigidos, mais alimentaremos a fogueira das vaidades dos inebriados pela própria onipotência e auto louvação, enquanto os incêndios continuarão a consumir os importantes rios nas regiões de todo o Pantanal.

O Pantanal expõe mas não impõe!

Armando Arruda LacerdaPorto São Pedro

 

 

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