Na entrevista concedida ao Canal Livre, José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil, alegou que o Mensalão representou a primeira grande “fake news” brasileira. Ele sustentou que sua condenação se baseou em motivações políticas e que as acusações provenientes da Lava Jato tinham como único objetivo forçá-lo a delatar o presidente Lula.
“Até por justiça, acho que eu mereço voltar ao Congresso Nacional. Eu fui cassado. Eu fui cassado ‘por ter sido chefe de mensalão’. Já o Roberto Jefferson foi cassado porque não provou que existia mensalão. O Supremo me absolveu de formação de quadrilha, como chefe. A primeira grande fake news do Brasil foi o mensalão. Não o caixa 2 na campanha eleitoral, mas sim a ideia, a história que existiu, o que eu era responsável”, afirmou.
Afirmando que sua condenação foi motivada por sua importância política e por ser um dos possíveis sucessores de Lula, Dirceu completou.
“Nos autos do Supremo não há como não há provas nenhuma que eu era responsável por nada. Quer dizer, eu fui condenado porque eu deveria saber. Eu tinha que saber. Aquilo foi uma condenação política para me tirar da vida política nacional do Pressionado pra isso por uma razão muito simples: Porque eu, pela minha experiência e toda a participação que eu tive na vida do país, eu era importante tanto para o governo como podia entrar na linha sucessória do presidente Lula”, disse.
Na época, José Dirceu sofreu uma condenação de 7 anos e 11 meses de encarceramento. Em 2014, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, por um placar de seis a cinco, decidiu absolver 8 dos 25 réus condenados no caso do mensalão do crime de formação de quadrilha, entre eles o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e o ex-presidente do PT, José Genoíno.
