Ministro de El Salvador diz que crime caiu porque Bukele mandou Suprema Corte ‘al carajo’
Encarceramento em massa é uma das principais marcas do presidente salvadorenho
Na conferência conservadora Cpac, onde foi tratado como uma celebridade pela plateia, Gustavo Villatoro, o ministro da Justiça e Segurança de El Salvador, afirmou no domingo (7) que a redução dos índices de criminalidade no país foi possível devido ao envio das principais instituições judiciárias do país “al carajo”.
“Quando o povo salvadorenho entregou ao presidente [Nayib] Bukele a maioria do governo e do Congresso, em 2021, tomamos uma decisão que nunca havia sido tomada. Mandamos ‘al carajo’ a Corte Suprema de Justiça. E não apenas isso, também mandamos ‘al carajo’ o procurador da República. Eles trabalhavam para El Salvador não seguir adiante, não poder viver em paz”, discursou, no evento que ocorre em Balneário Camboriú (SC).
O presidente da Argentina, Javier Milei, que também participa da conferência, frequentemente usa a expressão em espanhol e costuma finalizar seus discursos com o slogan “viva la libertad, carajo!”.
Na sua declaração, o ministro associou duas características significativas do governo Bukele: a luta contra o crime com ações severas, que envolvem o aprisionamento em larga escala e a destituição de ministros do tribunal supremo e representantes do Ministério Público.
No contexto da direita brasileira, El Salvador se tornou um exemplo de sucesso na luta contra o crime organizado. Villatoro, encarregado do cotidiano dessa política, buscou compartilhar sua estratégia com a audiência.
Ele afirmou que o primeiro passo foi enfrentar aqueles que ele denomina “globalistas”, acusados de dar mais atenção aos direitos humanos do que à segurança da sociedade.
“Começaram a impor leis para que os menores infratores ficassem impunes. Impuseram códigos penal e processual que não eram para o Estado ganhar a guerra contra o crime organizado. E tomaram o poder judicial”, afirmou.
Esses globalistas, segundo ele, incluem ONGs que seriam financiadas por entidades internacionais, além de veículos de comunicação. “Recebemos ataques de todos esses meios financiados pelos globalistas e essas ONGs, que tiveram de tirar a máscara. Estão enamoradas dos criminosos, não dos salvadorenhos”, declarou.
Segundo o ministro, a reeleição confortável de Bukele no início do ano comprovou a aprovação popular das políticas de “linha-dura” contra o crime.
“Nossas políticas em matéria de segurança tiveram um plebiscito na eleição presidencial. Mais de 80% dos salvadorenhos apoiaram o presidente Bukele”.
Ele também associou o êxito do governo a princípios valorizados pela direita.”O salvadorenho é conservador, cremos em Deus, pátria e família”, disse, sob mais aplausos.
Villatoro afirmou ainda que o pequeno país centro-americano tornou-se um farol para outros povos do continente. “Não estamos mais no fundo da classe, somos agora líderes, somos esperança para 660 milhões de latino-americanos que querem viver em segurança”, disse.
Ele concluiu prometendo que as estratégias adotadas por Bukele precisam se tornar inalteráveis, pois não é possível reabilitar “assassinos em série”.
“Não há reabilitação para assassinos seriais. As mudanças que estamos fazendo com Bukele têm que ser irreversíveis. Esses assassinos não podem ser um problema para nossas futuras gerações”, afirmou. Com informações da Folha.